Cinco em cada dez entrevistados do Brasil (47%) acreditam que ninguém deveria ter acesso a droga. No mundo, o índice é de 37%.
O consumo da maconha de forma moderada não possui grande aceitação no Brasil, aponta a pesquisa global “Global Views on Vices 2019” da Ipsos. Seis em cada dez brasileiros (57%) não acredita que o uso moderado da maconha seja moralmente aceito. O índice é bem próximo do registrado no mundo, de 51%. Por outro lado, 24% dos brasileiros dizem que a atitude é moralmente aceitável, um índice um pouco acima do global (22%). Os Estados Unidos e o Canadá (ambos com 51%) se destacam como os países que mais aceitam o consumo moderado da maconha. Já na outra ponta, Turquia (12%), Coreia do Sul (11%) e Japão (6%) são os que menos concordam com o uso.
O levantamento mostra que metade dos brasileiros (47%) acredita que ninguém deveria ter acesso à droga. Globalmente, o índice é um pouco menor, de 37%. Para 66% dos entrevistados do Brasil, a maconha é viciante, enquanto 13% acreditam que não é. No mundo, 63% concordam com o potencial viciante da droga e 17% não concordam.
Sobre o uso recreativo da maconha, seis em cada dez brasileiros (57%) acreditam isso não deveria ser legalizado. O resultado é bem próximo do global: 54%. Além disso, 66% dos entrevistados do Brasil não provariam a maconha caso esse uso fosse liberado. No mundo, 61% não provariam.
Na medicina
Apesar de a maconha não ser vista com bons olhos, pouco mais da metade dos brasileiros (56%) enxergam seu valor medicinal. No mundo, 55% dos entrevistados possuem a mesma visão.
Cinco em cada dez brasileiros (54%) acreditam que o uso da maconha deveria ser legal no país para uso médico. Entretanto, 26% não concordam. No mundo, os resultados são bem parecidos: 57% concordam e 24% discordam. Chile e Estados Unidos são os países que mais concordam que a maconha para fins medicinais deveria ser válida (ambos com 76%). Por outro lado, Turquia e Rússia registram os maiores índices de discordância, com 58% e 57% contra o uso, respectivamente.
Globalmente, 41% dos entrevistados estariam dispostos a pedir para o médico a prescrição da maconha caso o uso fosse legalizado. No Brasil, o índice é o mesmo. O Peru é o país com o maior percentual nessa questão, com 70%.
Próximos 10 anos
A pesquisa também mostra que metade dos brasileiros (48%) acredita que a maconha para uso médico será legal em 10 anos. Globalmente, o índice é de 55%. O Canadá e a África do Sul são os países que mais acreditam nessa afirmação (83% e 82% respectivamente). Novamente, Rússia (54%) e Turquia (51%) são os países com maior índice de contrariedade.
Já para o uso recreativo da maconha, 79% dos entrevistados do Canadá acreditam que a prática será legal em 10 anos. África do Sul e Estados Unidos também registraram altos índices nessa questão, com 74% e 71%, respectivamente. No Brasil, apenas 29% acreditam nessa possibilidade e globalmente, 33%.
Metade dos entrevistados globalmente (47%) e no Brasil (49%) acredita que o uso ilegal de drogas será maior nos próximos 10 anos do que o registrado atualmente.
Outros vícios
O estudo também mostra outros vícios e como é a aceitação de cada um deles. O consumo de videogames violentos lidera entre os menos moralmente aceitos, com 46%. No Brasil, o índice é de 41%.
Entre as questões que não são bem vistas no mundo estão: pornografia (43%), cigarros (42%), jogos de cassino (42%), apostas online jogos de azar (41%). Por outro lado, outros produtos e serviços considerados “viciantes” têm o consumo com moderação aceito, como chocolate (79%), salgadinhos industrializados (69%), redes sociais (65%), vinho (62%) e cerveja (61%).
A pesquisa online foi realizada com 18,6 mil entrevistados em 29 países, incluindo o Brasil, entre 26 de novembro e 7 de dezembro de 2018. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para o Brasil.
(Ipsos, Marcos Calliari