O desembargador Gebran Neto, do TRF-4, diz que precisou de 142 dias para preparar seu voto e que vai procurar sintetizar os principais pontos do seu julgamento. Na leitura do voto Gebran diz que esperava-se que o julgamento fosse o menos espetaculoso possível, caso que não ocorreu.
Que não houve tentativa de monitorar os advogados de defesa.
O desembargador defende a posição do juiz Sérgio Moro alegando que ele não é suspeito para julgar Lula. Alegou que em nenhum momento houve por parte do juiz a tentativa de prejudicar o réu e que tosas as suas ações fazem parte do cotidiano judicial.
Gebran lê depoimentos de testemunhas que foram ouvidas no processo do Triplex.
A fala do desembargador Gebran Neto faz referência aos indícios de que a esposa de Lula, Dona Marisa Letícia, que morreu no ano passado, teria chegado a visitar áreas comuns do empreendimento no Guarujá. O relator no TRF-4 interpretou esse fato como algo relevante para comprovar a tese do Ministério Público Federal.
“Embora sejam detalhes, todos eles somados vão dando certeza de que ocorreram dessa forma”, disse ao analisar a acusação de que Lula teria recebido um tríplex no Guarujá da empreiteira OAS, como propina, sem ter pago por isto.
Não julgamos nomes, personalidades ou estadistas, julgamos fatos jurídicos estabelecidos nos autos a luz da Constituição Federal, diz Gebran.
Gebran rejeita na integralidade apelação dos réus e aumenta a pena para 12 anos e mês, anteriormente imposta de apenas 9 anos e seis meses pelo juiz Sérgio Moro. Gebran fez considerações sobre a cobertura midiática dada ao julgamento, também teceu comentários sobre a celeridade do processo pela 4ª turma do TRF. Ao seu ser questionado pelo advogado de defesa sobre algumas considerações questionadas no processo, disse que não leu seu voto inteiro por ter mais de 400 páginas, mas posteriormente na publicação de seu voto essas questões podem ser observadas pela defesa.