Como não teve o mandato cassado, Delcídio segue senador, com todos os seus direitos, salário e benefícios. Ele mantém todo o aparato de seu gabinete, no 25.º andar do Senado Federal. Funcionários cumprem o horário, mas basicamente só respondem e-mails, correspondências e atendem telefonemas.
Dezembro foi um mês intenso no Senado, com votações decisivas para a pauta orçamentária, além do esforço de parlamentares em aprovar projetos antes do fim do ano. No gabinete de Delcídio, entretanto, a atividade legislativa perdeu a força. Elaborar e analisar processos já não era mais necessário. Duas secretárias se revezavam na recepção, enquanto outra funcionária assumiu o posto do chefe de gabinete, Diogo Ferreira, também preso junto com o chefe.
A ausência do líder do governo está refletida nas contas do gabinete. Em dezembro, apenas um gasto foi registrado. Um valor de R$ 57 em correio expresso. Até mesmo o escritório de apoio, que Delcídio mantinha no Mato Grosso do Sul, foi fechado. Nenhuma aquisição de material de escritório ou para consumo foi registrada.
Votações – Desde que foi preso, Delcídio perdeu 11 sessões deliberativas do Senado e cinco do Congresso, com votações significativas para o governo, como o projeto de repatriação de recursos e a revisão da meta fiscal. Do ponto de vista democrático, o Estado do Mato Grosso do Sul tem a representação prejudicada, com um senador a menos. Na visão política, o Planalto fechou o ano sem o seu líder no Senado, reconhecido como um “bom negociador”.
Fonte: Isabela Bonfim – Folha de SP