A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta quarta-feira (05/06), a redução nos juros nos financiamentos imobiliários, com entrada em vigor a partir da próxima segunda-feira (10/06).
A maior taxa cobrada pelo banco caiu de 11,00% + Taxa Referencial (TR, atualmente em zero) para 9,75% + TR. A menor taxa, que é paga pelos clientes que já têm relacionamento com a instituição, foi reduzida de 8,75% + TR para 8,5% + TR.
Unificação das taxas
O banco também unificou as taxas praticadas nos empréstimos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), voltado para imóveis com valor acima de R$ 1,5 milhão que não podem ser financiados com recursos do Fundo de Garantia do tempo de Serviço (FGTS).
As taxas anunciadas nesta quarta valem nas diversas modalidades de financiamento imobiliário: imóvel novo, imóvel usado, aquisição de terreno e construção, construção em terreno próprio, e reforma e ampliação.
“Estamos igualando as taxas para as diferentes faixas de renda. A taxa é igual para todo mundo. Estamos eliminando essa distorção, que era o tratamento diferenciado entre as faixas de renda”, comentou o presidente.
Ele garantiu que o Caixa não deixará seu foco na baixa renda, mas afirmou que o banco também buscará crescer no crédito para a classe média.
Segundo Guimarães, a Caixa voltará a emprestar pela modalidade Price, que tem parcelas iniciais mais baratas. “Isso era uma demanda das construtoras e dos tomadores de empréstimos. Vamos deixar o mercado fluir e deixar o cliente escolher entre SAC e Price”, concluiu.
Renegociação de dívidas
A Caixa também divulgou as condições para a renegociação de dívidas imobiliárias de pessoas físicas. Segundo o banco, as medidas atingem 589 mil contratos (11% da carteira) e devem beneficiar 2,3 milhões de pessoas. Em alguns contratos, pode haver perdão de multas.
Segundo Guimarães, os atrasos de pagamentos na carteira de crédito habitacional do banco chegam a R$ 10,1 bilhões.
Entre as opções está o pagamento à vista de uma entrada e a incorporação das parcelas atrasadas nas próximas prestações do empréstimo. Essa opção estará disponível para 111 mil famílias, com dívidas de R$ 1,8 bilhão.
“Algumas pessoas correm o risco real de perderem suas casas próprias. Preferimos que esses clientes paguem uma prestação e diluam o resto da dívida no prazo dos contratos. Acreditamos que essa alternativa seja a mais atrativa”, avaliou Guimarães.
Outras 237 mil famílias, com R$ 4 bilhões em dívidas, poderão pagar a prestação mais antiga atualizada e incorporar o saldo devedor ao resto do financiamento.
As 51 mil famílias com atrasos superiores a 180 dias, e dívidas de R$ 900 milhões, poderão ter o perdão de multa e juros moratórios ao pagarem a primeira prestação da entrada.
Há ainda 15 mil famílias, com débitos de R$ 300 milhões, na iminência de terem seus imóveis retomados, que poderão ficar adimplentes com o pagamento de uma prestação. “Quando se atrasam 10 ou 15 prestações, é porque não irá pagar mais. Então estaremos na prática fazendo um novo crédito para essas pessoas”, completou o presidente do banco.
Há ainda a possibilidade de usar o saldo do FGTS para reduzir o valor das prestações, além da mudança da data de vencimento das parcelas. Os clientes poderão ainda buscar as agências do banco para tentarem um acordo. /AE