O Ceará Noticias conversou com o prefeito Renê Vasconcelos na manhã desta segunda-feira (18/03) que estava na parede do açude Granjeiro acompanhando os trabalhos dos técnicos da Agência Nacional das Águas (ANA), Defesa Civil do Estado, Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Superintendência de Obras Hídricas (Sohidra) e Secretaria de Infraestrutura do município.
O prefeito falou dos trabalhos que já foram executados, do processo de evacuação das famílias, do alojamento e da última tentativa de salvar a barragem do Granjeiro e evitar um mal maior.
Confira os principais pontos da conversa com o prefeito Renê Vasconcelos:
Qual a real situação da barragem hoje?
No primeiro momento fizemos a contenção das fendas, colocamos mais de 12 mil sacos de areia nos locais para conter a força da água e evitar uma maior erosão e consequentemente o rompimento da barragem. Fizemos a desobstrução do sangradouro oficial e estamos neste exato momento trabalhando dia e noite para construir um sangradouro auxiliar com 12 metros de largura, e 2,5 metros de profundidade para tentar um esvaziamento da barragem em torno de 50% e retirar qualquer risco de rompimento. Essa é uma tentativa de não perder toda a água da barragem e ainda evitar um mal maior.
Qual a previsão de conclusão desse sangradouro auxiliar?
Esperamos concluir ele de terça para quarta-feira (20/03). Estamos trabalhando 24 horas para concluir esse trabalho.
A liberação desse sangradouro auxiliar tem algum tipo de risco?
Continuamos com o trabalho de evacuação das famílias que ainda insistem em ficar em suas casas, com psicólogos, assistentes sociais, agentes de saúde realizando esse trabalho de convencimento das famílias a deixarem suas casas até que a situação esteja completamente controlada. A liberação desse sangradouro auxiliar vai ser controlada pelos técnicos, contudo, estamos evacuando todas as famílias para que, caso haja algum imprevisto não tenhamos nenhum problema.
Quantas famílias já foram tiradas da zona de perigo?
Aproximadamente 250 famílias.
Quantas famílias ainda lutam para permanecer em suas casas?
Hoje são poucas famílias. O que está ocorrendo é que durante a noite todos eles deixam suas casas, mas alguns voltam durante o dia para cuidar das plantações ou de seus bichos. Mas estamos em campo com os profissionais para retirada de todas as pessoas.
Onde as famílias estão alojadas?
Pedimos a ajuda da Diocese de Tianguá e alocamos todas as famílias evacuadas no Santuário da Mãe Rainha que já é um local próprio para abrigo de fieis e dispõe de uma boa estrutura de acomodação, com relação a esse pontos estamos tranquilos.
Como o senhor está fazendo para atender as famílias com roupas, comidas, água e colchonetes?
Como já disse o local é próprio para atender uma grande quantidade de pessoas. Eles já dispõe de toda a estrutura, a prefeitura abasteceu o local com alimentação e a população também contribuiu com donativos, outros foram para casas de parentes que moram na cidade. A prefeitura também instalou no local brinquedos para as crianças diminuírem as tensões e pressão que infelizmente existe num momento desses.
Qual a sua mensagem para população de Ubajara?
Fiquem tranquilos que estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance para controlar a situação. O momento requer união, mais também muita serenidade para que possamos devolver as famílias aquilo que lhes pertence.
Em tempo:
Vale salientar que o açude é particular e está localizado entre Ubajara e Ibiapina, a cerca de 320 quilômetros de Fortaleza. Ubajara ainda tem previsão de chuva para os próximos três dias, com sol durante o dia podendo ocorrer pancadas de chuva a qualquer momento.
(Reginaldo Silva, Ceará Noticias)
