Brasileira que mora em Israel fala sobre tensão após ataques: ‘escolas e locais de trabalho fecharam’

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A cearense Suyane Lima viveu momentos de tensão, neste domingo (14/4), após os ataques do Irã a Israel. Suyane mora em Jerusalém desde o ano passado e não foi a primeira vez que presenciou ataques. No entanto, ela disse que as pessoas tentam continuar vivendo normalmente mesmo com a sensação de medo na cidade.

O Irã enviou mais de 300 artefatos militares, entre drones e mísseis, para atacar Israel. Os drones demoraram horas para alcançar o território israelense. Pouco antes das 20h (2h da madrugada de domingo no horário de Israel) foram ouvidas diversas explosões na cidade de Jerusalém. Além disso, as sirenes de aviso soaram em quase todo o país.

“Um clima tenso, as escolas e alguns locais de trabalho fecharam, sem turistas nas ruas. Jerusalém é uma cidade que sempre tem muitos turistas. Mas a vida meio que continua. Você vê pessoas andando pelas ruas e fazendo compras ou a limpeza de Pessach que já começa na próxima semana”, disse Suyane. Pessach, também chamada de “Festa da Libertação” é uma celebração judaica que comemora a fuga dos hebreus do Egito.

Por volta das 19h deste domingo, o Irã anunciou que havia concluído os ataques contra Israel e que atacaria novamente caso Israel respondesse. Cerca de uma hora depois, militares de Israel sinalizaram o fim da ameaça representada pelos mísseis e drones iranianos. O Exército informou que não era mais necessário que os moradores se abrigassem.

Suyane é jornalista, mas mora em Jerusalém para estudar, uma vez que é praticante do judaísmo. Ela informou que não é a primeira vez que precisa se proteger durante ataques a Israel.

“Estou aqui desde que começou a guerra, e não é exatamente uma novidade os ataques constantes a Israel. O que mudou é que dessa vez tínhamos uma noção de quando poderia começar”, explicou a estudante.

Ela, inclusive, já estava ciente da possibilidade de ataques. “Eu soube da probabilidade dos ataques pelo governo israelense que alertou a população e também os militares do país. E em momentos como esse temos uma série de instruções dadas pelo governo, como evitar lugares com muitas pessoas, não sair tão tarde, evitar sair de uma cidade para outra, etc”, complementou.

Proteção durante os ataques

Suyane explicou que a orientação é, após ouvir o primeiro alarme, achar um lugar seguro em até dois minutos. “Aqui no prédio onde eu moro, a gente tem um bunker que é do prédio. Eu moro como se fosse no primeiro andar, então, eu desço uma escada e já estou no bunker”, explicou a jornalista.

O bunker é uma espécie de abrigo, construído embaixo da terra, para se proteger de ataques ou desastres naturais. Ela falou que Jerusalém tem vários abrigos desse tipo espalhados pela cidade; seja nas casas, nos prédios ou em locais públicos, como praças.

“O melhor é quando você tem em casa ou você tem no prédio, porque no momento que você sai do prédio pra ir para o bunker, é o momento que você está mais exposto. Algo pode cair em você, não só um míssil — que geralmente não cai aqui dentro do território israelense, graças a Deus”, disse a jornalista cearense.

“São mas os projéteis, porque quando ele [míssil] explode no ar, os projéteis tem de cair em algum lugar. E muitas vezes cai e acaba machucando alguém”, complementou Suyane./g1

(Foto: reprodução)

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