Preso há 25 dias sob acusação de chefiar uma organização criminosa que extorquia dinheiro de empresários e de receber suborno da JBS, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) começou na manhã desta sexta-feira, 15, uma greve de fome dentro do presídio de Bangu 8. Em carta endereçada à direção do presídio, informou que permanecerá em “jejum por tempo indeterminado” por ter sido preso injustamente e por estar no “limite do sofrimento”. Garotinho fez o mesmo em 2006, quando era pré-candidato à Presidência da República e ficou onze dias sem comer.
No comunicado, escrito à mão em duas folhas de papel, Garotinho disse que além de não comer, não receberá visitas, nem da família nem de advogados. Tampouco participará do banho de sol a que os internos têm direito. Só retornará à rotina quando “alguma autoridade do Conselho Nacional de Justiça, de preferência o corregedor”, escutar seu “clamor”. Ele só irá ingerir água, diz na carta, que ressalva que ele não espera obter “privilégios”.
“Minha atitude é um grito de desespero contra a injustiça que venho sofrendo, abalando fortemente minha família, como visto durante a visita da última 4ª feira. Rosinha está com síndrome do pânico e meus filhos estão traumatizados.
Tenho sido covardemente perseguido por juízes e promotores da cidade de Campos, que agem para proteger um desembargador que denunciei junto com a quadrilha do ex-governador Sergio Cabral. Em um ano, fui preso três vezes pela Justiça Eleitoral de Campos, por crimes que não cometi”, escreveu.
(Estadão)