Essa busca constante pela consciência, respeito e amor ao próximo não deve ser abandonada jamais.
O preconceito ainda existe e deve ser combatido. Casos de racismo no futebol ainda é um exemplo clássico de que a prática vai além das questões financeiras e condições sociais. O negro precisa ser visto com respeito, não é seu cabelo, sua cor, que vai determinar seu caráter, as raízes e identidades precisam ser preservadas, somos uma mistura de raças e a miscigenação faz parte da nossa formação cultural.
Zumbi é um herói nacional que teve sua história construída de baixo para cima, pelo povo, pela comunidade negra. Ele não é só um herói dos negros e sim um herói da pátria.
Enaltecer esse legado de combate a intolerância e a violência religiosa é uma forma de luta pela conscientização e combate ao racismo no País.
A DATA
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorado, anualmente, no dia 20 de novembro, data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares foi criado pela Lei 12.519 de 10 de novembro de 2011, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff.
As celebrações do dia 20 de novembro surgiram ainda nos anos de 1970, com movimentos sociais da luta contra o racismo, mas foi no Rio Grande do Sul que pouco mais de 20 pessoas reunidas no Clube Náutico Marcílio Dias deram o primeiro passo no que culminou na criação do Dia da Consciência Negra, hoje celebrado em todo país.
VIDA E MORTE DE ZUMBI
Pesquisas históricas apontam que Zumbi nasceu em 1965 na capitania de Pernambuco, mas sabe-se muito pouco sobre a sua vida pessoal. Segundo o jornalista Décio Costa, ele teria nascido livre em Palmares, mas entregue ainda criança como escravo para um padre. Depois de aprender a falar português e latim, fugiu aos 15 anos e retornou ao quilombo, já com uma certa liderança.
Não se sabe também se Zumbi tinha esposa ou filhos, embora uma carta escrita pelo rei Dom Pedro II sugira que o mesmo tinha.
Sabe-se que Zumbi foi general no Quilombo dos Palmares, participante ativo em atos de resistência. Seu nome deriva-se do termo “Nzumbi”, termo africano que pode ser traduzido como fantasma.
Em 1694, após um ataque do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, Palmares foi destruída e Zumbi fugiu. Acreditava-se que teria cometido suicídio, mas estudos negam tal tese. Ele viveu escondido na mata por cerca de um ano e meio, vivendo de ataque realizados por ele e seus companheiros sobreviventes.
Em 1695, um desses companheiros, chamado Antônio Soares, foi capturado e torturado antes de denunciar o esconderijo. Zumbi sofreu uma emboscada, foi capturado e morto. Sua mão foi cortada, cabeça decepada e levada para Recife, onde foi exposta em praça pública.
Sua morte aconteceu no dia 20 de novembro de 1695, mas só 316 anos depois o líder da revolução dos negros africanos no período escravagista foi homenageado, tendo a data da sua morte convertida no Dia da Consciência Negra.
(Foto: O monumento do Zumbi dos Palmares tem pedestal de 4 metros em mármore e cabeça com 3 metros, esculpida com 800 quilos de bronze- RJ)