Em 2013, o Brasil sofreu com uma epidemia de dengue. Foram campanhas, ações e tentativas de combate ao mosquito transmissor da doença. Em 2014, os números reduziram e acreditou-se que havíamos chegado ao controle da doença. Entretanto, até o fim de março deste ano, o Ministério da Saúde registrou mais de 460,5 mil casos de dengue no país – número que pode ser muito maior já que nem todos os casos são diagnosticados.
Os números alarmantes, fizeram acionar os alertas para uma nova epidemia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, OMS, a dengue é a doença tropical que se espalha mais rapidamente no mundo e presente em 125 países – um número maior que do que os da malária, considerada a doença mais notória que é transmitida por mosquitos.
Calculando em torno de 220 casos confirmados da doença por hora, o combate à dengue vai muito além de diagnosticar e tratar a doença. É preciso prevenir. São Paulo é, de longe, o estado mais afetado pela dengue. As mudanças climáticas, os problemas com o racionamento e o armazenamento incorreto de água ajudam na rápida proliferação do mosquito transmissor.
Mais preocupante é saber que uma em cada dez cidades brasileiras já tem, em apenas quatro meses, índices epidêmicos de dengue. Ou seja, nessas cidades, a cada 100 mil habitantes, a incidência da dengue supera 300 casos. Além de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Pernambuco estão no topo da lista com os maiores índices da doença.
Infelizmente, diante de surtos de doenças como a dengue, é que ficam ainda mais claros os problemas vividos e as falhas no sistema de saúde pública brasileira. A grande quantidade de hospitais lotados e a impossibilidade de fornecer atendimento aos pacientes tem, inclusive, resultado no aumento de índice de mortes causadas pela dengue hemorrágica – caso mais grave da doença e que, se diagnosticado e tratado em tempo, tem cura.
Além de estrutura para o diagnóstico e tratamento, outras questões importantes, como prevenção e combate ao mosquito, não foram planejadas. Planejamento e prevenção são atitudes chaves não apenas para o controle de epidemias como a dengue ou outras doenças tropicais, mas, são atitudes válidas para inúmeros setores e que, se valorizadas, poderiam evitar uma série de problemas enfrentados pela população.
Diante da situação, temos que efetuar dois trabalhos intensivos para conter a epidemia de dengue no país: tratamento rápido e eficaz aos que estão com a doença; aliado ao trabalho de combate à proliferação do mosquito, para resultar na diminuição de infectados. Um trabalho que poderia ter sido evitado, se as medidas preventivas tivessem sido realizadas de forma constante.
Resta a todos nós continuarmos fazendo nossa parte nessa guerra e torcer que a situação não se agrave ainda mais.
Por Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional