A taxa de desemprego caiu a 7,5% no trimestre encerrado em abril, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (29/5). Nos três meses imediatamente anteriores, o indicador marcou 7,9%.
Essa foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em abril desde 2014, quando o indicador estava em 7,2%.
O resultado não surpreendeu o mercado, que esperava uma taxa de desemprego levemente acima, de 7,7%, conforme a mediana das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg.
Segundo o IBGE, o número de desempregados atingiu 8,2 milhões de fevereiro a abril. No primeiro trimestre deste ano, os desocupados somaram 8,6 milhões.
Já o número de pessoas ocupadas, com ou sem carteira assinada, bateu recorde no Brasil no trimestre encerrado em abril. Foram registrados 100,8 milhões de brasileiros nessa situação.
O número de trabalhadores com carteira assinada atingiu 38,188 milhões no período, um recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Da mesma forma, o contingente de trabalhadores sem carteira também foi recorde, chegando a 13,5 milhões.
Os números fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que levanta dados tanto de empregos com carteira assinada quanto de pessoas prestadoras de serviços com CNPJ e os trabalhos informais, conhecidos como bicos.
A população considerada desempregada na estatística oficial reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse contingente.
A pequena queda na taxa de desemprego era esperada porque o início do ano costuma ser marcado pelo aumento de pessoas desocupadas. A busca por emprego tende a ser impulsionada por fatores como o término de vagas temporárias de final de ano.
A taxa atual marca um período de retomada do mercado de trabalho no Brasil, que se mostra pujante mesmo com a taxa básica de juros, a Selic, elevada. Durante a crise da pandemia, o desemprego atingiu recorde, alcançando o patamar de 14,9%.
Agora, o mercado de trabalho aquecido acende um alerta para o Banco Central com relação ao processo de desinflação, o que pode impactar na política de juros da autarquia. O BC olha de perto a inflação de serviços intensivos em mão de obra./Folha SP
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