Dois países entre os mais ricos e desenvolvidos do mundo, Suécia e Suíça se enfrentam nesta terça-feira, às 11 horas (de Brasília), na Arena Zenit, em São Petersburgo, para ver quem avança às quartas de final da Copa do Mundo da Rússia. A qualidade de vida dos suecos, 14.º colocados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, e dos suíços, em terceiro lugar no ranking, não vai entrar em campo. O que vale é futebol e nesse quesito o duelo é equilibrado, tanto no passado quanto no presente.
Em 98 anos, Suécia e Suíça se enfrentaram 28 vezes. São 10 vitórias para os nórdicos contra 10 dos famosos fabricantes de relógios e chocolates, além de oito empates. Apesar de ser um confronto corriqueiro, a última vez que estiveram frente a frente foi em março de 2002, quando empataram por 1 a 1. Apesar do grande número de jogos, nenhum deles foi em Mundial.
Chegaram para a Copa do Mundo da Rússia de forma semelhante: na repescagem. A Suécia ficou em segundo lugar do Grupo A e despachou a Itália na briga pela vaga no Mundial. Já a Suíça ficou na segunda posição do Grupo B e superou a Irlanda do Norte. Agora, estão a um passo de ficar entre as oito melhores seleções do planeta.
A Suécia chega para a partida com a expectativa de alcançar as quartas de final depois de 24 anos. A última vez foi nos Estados Unidos, em 1994. Foram às semifinais, onde perderam para o Brasil e terminaram aquela campanha em terceiro lugar.
O estilo de jogo atual é parecido com o daquele time do goleiro Ravelli, do meia Brolin e dos atacantes Kennet Anderson, Dahlin e Larsson (famoso por seu cabelo rastafári). A atual equipe é igualmente forte fisicamente e explora bem as bolas aéreas. Ficou na primeira posição do Grupo F, com seis pontos – vitória sobre Coreia do Sul (1 a 0) e México (3 a 0) e derrota para a Alemanha (2 a 1).
Para encarar a Suíça, o técnico Janne Andersson não poderá contar com o volante Sebastian Larsson, suspenso por ter recebido o segundo cartão amarelo. O único jogador entre os 23 convocados a jogar no seu país deve ser substituído por Gustav Svensson. Os destaques são o zagueiro Lindelöf (Manchester United) e o meia Forsberg (RB Leipzig). Fora da lista dos selecionados, o astro Zlatan Ibrahimovic continua sendo assunto nos bastidores da Suécia.
A Suíça, por sua vez, vai para o jogo com o objetivo de voltar às quartas de final de Copa do Mundo após 64 anos. A última vez que alcançou essa fase foi em 1954, quando sediaram o Mundial e terminaram na quarta posição.
Até agora, os suíços não perderam na Rússia. Na primeira fase, pelo Grupo E, ficaram em segundo lugar com empates diante de Brasil (1 a 1) e Costa Rica (2 a 2) e vitória sobre a Sérvia (2 a 1). Desempenho mediano e polêmico, dentro e fora de campo. Três jogadores foram multados pela Fifa após fazer gestos políticos contra a Sérvia. Dias depois, a federação também recebeu sanção por causa de dirigentes que discutiram com agentes de segurança e, sem credencial, invadiram o estádio da partida contra os costarriquenhos. Uma ironia tratando-se dos suíços, considerados educados e pacíficos.
O sucesso da equipe comandada pelo técnico Vladimir Petkovic na partida depende dos meias Granit Xhaka (Arsenal) e Xherdan Shaqiri (Stoke City), já que estarão enfraquecidos pelas ausências, por suspensão, do zagueiro Fabian Schaer e do capitão e lateral-direito Stephan Lichtsteiner. Johan Djourou e Michael Lang serão os substitutos, respectivamente.
Suécia e Suíça fazem um duelo de difícil prognóstico. As bolsas de apostas apontam ligeira vantagem para os escandinavos. Fácil mesmo é saber que ambos os países continuarão no topo da qualidade de vida mundial depois dos 90 minutos (ou serão 120?) e por muito tempo./ AE