O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta quinta-feira 22 a transferência para o Brasil do dinheiro que está em nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Suíça.
A decisão foi do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, que também rejeitou hoje pedido de Cunha para que o processo sobre suas contas secretas no exterior corresse em segredo de Justiça, a fim de preservar sua imagem.
Segundo o Ministério Público da Suíça, há 2,4 milhões de francos suíços em nome de Cunha, o equivalente a R$ 9,6 milhões. O dinheiro foi bloqueado pelas autoridades suíças e permanecerá bloqueado no Brasil.
O banco Julius Baer, onde Cunha tem conta registrada em seu nome, chegou a mandar extratos aos investigadores da Suíça comprovando movimentações financeiras do deputado. Outros documentos, no entanto, mostram que o dinheiro do parlamentar circulou por 23 contas em quatro países, a fim de se ocultar sua origem.
A suspeita é de que o montante seja parte de propina paga a Cunha no esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava Jato.
Segundo delatores, o deputado teria sido beneficiado com a compra de dois navios-sonda da Samsung Heavy Industries pela Petrobras. Outra denúncia é de que uma transação de US$ 34,5 milhões da Petrobras na África irrigou quatro contas que têm como beneficiários o presidente da Câmara e sua mulher, Cláudia Cruz.
(Brasil 247)