Praticamente a metade da seleção brasileira titular de Tite para a Copa do Mundo da Rússia participou da fracassada campanha de 2014. São cinco jogadores: Thiago Silva, Marcelo, Paulinho, Willian e, claro, Neymar. Há um sexto atleta, Fernandinho, que pode ser considerado o 12º jogador do time, visto que entrará quando o treinador optar por um esquema mais precavido. Mais experientes, recuperados da “pancada”, eles observam mudanças importantes na equipe confiam que agora, sim, a seleção tem condições reais de lutar pelo título.
Basicamente, todos dizem que a seleção, hoje, está mais fortalecida mentalmente e bem preparada no aspecto técnico. Com isso, conseguem conviver melhor com a pressão de estar entre as favoritas ao título e de ter de apagar o vexame da equipe anterior. Estão, também, mas confiantes, sem soberba, porém.
O meia Willian recorda que, depois de 2014, a seleção viveu altos e baixos. Refere-se ao período em que Dunga comandou o time (até julho de 2016), quando não havia sequência de bons resultados e muito menos de bom futebol. “Hoje, porém, a Seleção está bem madura, sabendo o que tem que fazer dentro de campo”, disse.
O jogador do Chelsea considera que esse amadurecimento veio com a chegada de Tite. “Ele trouxe várias ideias com a comissão e a gente colocou isso nos treinamentos e jogos”, afirmou. “A seleção vem num momento muito bom e está realmente pronta para disputar a Copa do Mundo.”
O lateral-esquerdo Marcelo entende que um dos fatores que ajudaram a seleção a se erguer foi ter “aprendido a sofrer”. Isso significa que nos momentos difíceis o time não se desespera e sabe se comportar sendo pressionado, até retomar o controle da partida. “O Tite sempre diz que vai ter períodos do jogo que a gente vai ter de sofrer. Não somos máquinas”, pondera. “Mas não acho que tenha sido só aquela derrota (7 a 1 para a Alemanha). A gente vai ganhando experiência.”
Thiago Silva segue o mesmo raciocínio. Reconhece que a derrota em 2014 foi doída, mas tudo o que aconteceu serviu de aprendizado sobre como encarar as dificuldades. Além disso, mais quatro anos de carreira contam. “É inevitável, a experiência vai chegando. Tivemos um aprendizado muito grande, por isso estamos numa Copa do Mundo, que é o auge. Temos a possibilidade de reescrever a nossa história”, entende um dos mais criticados jogadores daquela campanha.
Fernandinho, um dos piores em campo na derrota para os alemães no Mineirão, ressalta a força mental do grupo atual. “A parte psicológica está sendo preparada da melhor forma possível, de estar mentalmente forte, se tomar um gol continuar atuando da mesma maneira. Para nós que estivemos em 2014 tem sido muito proveitoso”, admite.
Embora concorda com seu companheiro, Marcelo também alerta para a importância de deixar o que passou realmente para trás. Ele diz preferir olhar para a frente. “Eu sempre tiro coisas boas do passado e trago para minha vida. As ruins eu tento melhorar. Na outra Copa foi horrível, todos os brasileiros ficaram tristes com o que aconteceu. Mas temos que viver, temos outra oportunidade para mostrar que podemos brigar pelo título”, observou./ AE