Conforme a prefeitura, a tecnologia empregada no projeto vai utilizar câmeras de alta resolução e leitura biofacial para controle de acesso de alunos. Além disso, será instalada uma torre de segurança, na entrada da escola, com botão de pânico no perímetro escolar.
A iniciativa será testada, primeiro, na Escola Municipal José Parente Prado, que atende 907 alunos, do 3º ao 9º ano do ensino fundamental. A unidade de ensino está localizada no bairro Sumaré, classificado como uma área de vulnerabilidade social. Posteriormente, a tecnologia deve ser implantada em todas as 89 escolas municipais.
O reconhecimento facial deve começar a ser utilizado nesta sexta-feira (2), uma semana após ataque à escola estadual. Na manhã do dia 25 de setembro, dois homens armados foram de moto até a lateral da Escola de Ensino Médio Luis Felipe e dispararam contra um grupo de alunos que estava no pátio, no momento do intervalo entre as aulas. Dois jovens morreram no local e três ficaram feridos.
De acordo com a Prefeitura de Sobral, o uso do reconhecimento facial vai proporcionar maior proteção e eficiência na gestão escolar. A gestão municipal cita, por exemplo, que com o uso da tecnologia, os professores não precisarão mais fazer chamada.
Segundo o prefeito Oscar Rodrigues (União Brasil), o projeto é uma resposta à demanda de pais, funcionários e estudantes por mais segurança nas escolas. “Estamos unindo inovação e responsabilidade para oferecer um ambiente mais seguro, humano e eficiente para todos”, destacou.
Já a escola estadual Luis Felipe, onde aconteceu o ataque, informou que as aulas retornam na segunda-feira, dia 6 de outubro, e que ao longo desta semana iria realizar atividades de apoio psicossocial aos estudantes, às famílias e aos funcionários.
Polícia vai ter acesso a câmeras
Conforme a Prefeitura de Sobral, o novo sistema de segurança da Escola José Parente Prado vai contar com 8 câmeras de alta resolução e uma torre de segurança posicionada na entrada da escola, com visão de 180°, sirene com giroflex e botão de pânico.
Esse aparato vai estar conectado à Central de Comando e Operações (CCO) da empresa responsável pelo software de reconhecimento. Essa empresa, por sua vez, se comunica diretamente com a Guarda Municipal e a Polícia Militar, o que deve agilizar a resposta dos órgãos de segurança em situações de risco.
A gestão municipal disse que foi feito um mapeamento técnico das áreas mais vulneráveis da escola – que ocupa um terreno de 2.600 m² – para garantir que o monitoramento cubra desde a entrada até as áreas comuns internas.
O sistema permite que os pais sejam informados, via aplicativo, do momento que os filhos entram e saem da escola. A prefeitura disse ainda, com o monitoramento digital, será possível contabilizar o número de alunos presentes, o que iria otimizar o preparo da merenda escolar e evitar desperdício.
dados de presença também poderiam ser repassados a órgãos como o CRAS, Conselho Tutelar e programas como o Bolsa Família.
Entenda o ataque
O ataque à Escola de Ensino Médio Luis Felipe, localizada no bairro Campo dos Velhos, aconteceu durante o intervalo da escola na manhã do dia 25 de setembro. Os dois adolescentes mortos foram identificados como Victor Guilherme Sousa de Aguiar, de 16 anos; e Luis Claudio Sousa Oliveira Filho, de 17 anos.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que os dois atiradores chegam de moto a uma rua próximo à escola por volta de 9h30. Eles descem, vão até lateral e atiram pela grade que separa o pátio da escola da rua.
Nas imagens, é possível ver que, imediatamente, um dos jovens cai após ser atingido, enquanto outros correm para longe. Os criminosos também deixam o local correndo e fogem na moto. O ataque deixou estudantes em pânico, muitos deles tentando fugir da unidade de ensino.
O ataque ainda deixou três estudantes baleados, dos quais dois receberam alta hospitalar. O terceiro segue internado na Santa Casa de Sobral. A família não autorizou divulgar informações sobre o estado de saúde dele.
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará informou que as equipes policiais encontraram drogas na bolsa de um dos mortos no ataque. Os agentes também encontraram uma balança de precisão e embalagens na cena do crime.
Um dos atirados, Bruno Amorim Rodrigues, foi preso no dia seguinte ao ataque, no bairro Sumaré. Já o outro envolvido continua foragido até o momento./g1