O anúncio do ex-ministro deixou ainda um grupo de “órfãos”, parlamentares e pessoas sem mandato que haviam migrado para a legenda justamente para acompanhar o então presidenciável.
Na última quinta-feira (31/03), Moro anunciou que deixaria o Podemos, partido ao qual se filiou em novembro do ano passado com a intenção de disputar a Presidência da República. O ex-ministro de Bolsonaro migrou para a União Brasil e não há garantia, agora, de que conseguirá manter sua candidatura presidencial pelo novo partido.
Nos quase cinco meses em que ele esteve no Podemos, o partido avalia ter desembolsado cerca de R$ 3 milhões com o ex-juiz, em cálculo que inclui o pagamento de salários mensais de R$ 22 mil brutos, R$ 210 mil no evento de filiação e R$ 600 mil em uma pesquisa qualitativa de voto.
Em nota, a presidente do Podemos, Renata Abreu, disse que o partido ofereceu estrutura e garantia de recursos para a futura campanha. “Para a surpresa de todos, tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação de Moro, sem sequer uma comunicação interna do ex-presidenciável”, disse a deputada, na nota.
Moro deixa “órfãos” parlamentares e pré-candidatos novatos que se filiaram ao Podemos e acreditavam que o ex-juiz poderia sim liderar a terceira via para romper a polarização eleitoral entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Agora Moro não tem se quer a garantia que pode ser candidato a presidente na nova legenda.