Renovação com Jesus, compra de Gabigol e equilíbrio do elenco: Flamengo já avalia rumos em 2020

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Um mês para concluir uma história, e um ano para continuar a escrevê-la.

O Flamengo que caminha a passos largos para conquistar o Brasileirão e que disputará a final da Libertadores conhece bem o clichê: “Mais difícil que chegar ao topo é manter-se”. Por isso, já trabalha nos bastidores para seguir em alta em 2020. Na pauta, Jorge Jesus, Gabigol, Rodrigo Caio, chegadas e partidas.

Definir prioridades é precoce em um cenário onde o departamento de futebol tenta se antecipar aos problemas ao mesmo tempo em que concentra esforços na conquista de títulos em 2019. A manutenção do treinador ao menos até o fim de 2020 e a compra definitiva do artilheiro, por sua vez, são as missões que mais têm influência na sequência do projeto.

Quando Marcos Braz joga para Gabriel a responsabilidade da permanência em definitivo, ele está mais do que indicando um acerto com a Inter de Milão. Com a janela europeia fechada, qualquer passo definitivo depende da ausência de propostas fora do padrão rubro-negro por rivais do Velho Continente. Neste jogo de xadrez, porém, há algo que costuma prevalecer: a vontade do jogador.

Não à toa, Gabigol só está no Flamengo porque assim quis. Recusou oferta mais vantajosa para Inter do West Ham, também por empréstimo, e aceitou ampliar o contrato pela liberação. O posicionamento público neste sentido mais uma vez faz parte de uma nova empreitada bem-sucedida.

As conversas com Jorge Jesus já são diferentes, são diretas, e nem mesmo os intermediários da vinda ao Brasil têm participação no desfecho para ampliação do contrato que vai até o final de junho de 2020. O Flamengo já acenou informalmente com a possibilidade de renovação até o fim de 2021, mas o português não tratará do tema antes do término da temporada.

Desde a chegada, uma reavaliação do relacionamento estava prevista para a virada do ano. Havia muitos fatores em jogo: adaptação, sucesso do trabalho, títulos… Não à toa, foi estipulada uma multa impagável para ambos até dezembro, mas que é reduzida drasticamente a partir de janeiro.

Há uma expectativa, porém, de que se encontre uma solução que evite uma saída repentina no meio da temporada, ao término do contrato atual. Nada a ser discutido para valer antes da conclusão do Brasileirão, Libertadores e um possível Mundial.

A qualificação do elenco, por outro lado, independe desta situação, e o departamento de futebol já mapeia o mercado em busca de possibilidades para suprir carências identificadas em consenso com JJ. Rodrigo Dourado, por exemplo, é monitorado para o vazio deixado por Cuéllar.

O centroavante tão pedido pelo português é outro que voltará a pauta, assim como a chegada de um zagueiro de primeiro nível, por mais que a dupla Rodrigo Caio e Pablo Marí esteja dando conta do recado. O zagueiro da Seleção é outro que mexe com o cronograma de ações para 2020 e terá de 15 a 30% dos direitos adquiridos ao São Paulo, somando aos 45% que o Flamengo já possui. Trata-se de uma questão protocolar, já que está previsto em contrato.

Outro que tem a situação bem encaminhada é Reinier, conforme revelou o próprio vice de futebol, Marcos Braz. A tendência é que o jovem tenha a multa rescisória reduzida para valores mais palpáveis ao mercado e o contrato estendido até 2024.

Quanto a saídas, a diretoria tem consciência o assédio vem a reboque do sucesso de seus jogadores em 2019. Vendas não estão descartadas, mas desde que por valores consideravelmente altos. A percepção é de que o risco vem mais de mercados alternativos, como China e Oriente Médio, do que de gigantes europeus na virada do ano.

A maioria do elenco, entretanto, está respaldada por contratos longos. E quem tem o vínculo encerrado juntamente com a temporada seguirá outro rumo, caso de Rhodolfo.

Muito perto do sétimo título do Brasileirão de sua história e com a final da Libertadores para disputar diante do River Plate, dia 23 de novembro, em Santiago, o Flamengo não desvia o foco, mas já tem em mente os caminhos a seguir em 2020./ge

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