O diretório paulistano do PT reúne-se na próxima terça-feira, 16, para discutir os detalhes do retorno da ex-senadora Marta Suplicy ao partido. A ideia é fazer um grande evento, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e, claro, do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), de quem Marta será vice na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
A decisão do PT de estender um tapete vermelho para a também ex-prefeita da capital, no entanto, sofre resistências no partido, já que Marta deixou a legenda em 2015 após 33 anos e votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A ex-senadora eleita pelo PT já chamou Haddad de o pior prefeito da história de São Paulo.
Marta negociou seu retorno ao PT para ser vice de Boulos diretamente com Lula — e pelas costas do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), de quem era secretária de Relações Internacionais até a última terça-feira (9). Aliados do emedebista consideraram o movimento uma traição, já que Boulos será seu principal adversário na disputa eleitoral deste ano. Publicamente, Nunes, no entanto, afirmou que “traição” é um termo “muito forte”.
Sem ter encontrado o deputado do PSOL ao longo das negociações de bastidores, Marta receberá, neste sábado (13), o companheiro de chapa para um almoço, promovido em seu apartamento em São Paulo. Também estarão presentes o marido da pré-candidata, o empresário Márcio Toledo, e a mulher do parlamentar, Natalia Szermeta, que é coordenadora do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST), grupo antes presidido por Boulos.
Completa a lista de convidados o deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que intermediou a reaproximação entre Marta e o PT. O presidente Lula estará em São Paulo na data do primeiro encontro da chapa que terá seu apoio.
O apartamento de Marta Suplicy e Márcio Toledo já foi palco de grandes articulações políticas, inclusive nacionais. Em 2022, foi lá que o então candidato Lula encontrou-se com Simone Tebet (MDB), hoje ministra do Planejamento, que fora candidata à Presidência no primeiro turno, e garantiu o apoio dela para derrotar Jair Bolsonaro./AE
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