Partido da presidente cassada Dilma Rousseff, o PT vai apoiar, nas disputas à presidência da Câmara e do Senado, candidatos que votaram a favor do impeachment da petista. Os deputados da bancada não assumem oficialmente, mas tendem a votar em Jovair Arantes (PTB-GO) para presidir a Câmara e em Eunício Oliveira (PMDB-CE) para comandar o Senado. O petebista foi o relator do processo na comissão especial criada no ano passado para analisar o pedido de impeachment e deu parecer favorável pela abertura de processo contra Dilma. Eunício também votou pela cassação dela.
Ao apoiar candidatos que até recentemente chamavam de “golpistas”, as bancadas do PT na Câmara, que 58 deputados no exercício do mandato, e no Senado, que soma dez parlamentares, o partido tenta viabilizar sua participação nas Mesas Diretoras.
Hoje o PT só tem um representante na Mesa do Senado, cargo ocupado há dois anos por Jorge Viana (AC). Na Câmara não ocupa qualquer posto de direção desde que optou pelo lançamento da candidatura de Arlindo Chinaglia (SP), em fevereiro de 2015, e perdeu a eleição para Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com a derrota, a bancada ficou isolada e não pode reivindicar a distribuição das funções seguindo o critério da proporcionalidade do tamanho das bancadas.
Os Deputados alegam que se escolherem uma outra candidatura para Mesa Diretora da Câmara e do Senado, correrem o risco de ficar sem representação no alto comando das duas casas, como se isso alterasse alguma coisa no curso político. O fato é que irão apoiar seus próprios algozes. Ficar sem cargo nas Mesas da Câmara e do Senado é fichinha diante da perda do poder da Presidência da República. Ou o PT está se descaracterizando totalmente, ou se trata do anuncio do fim da agremiação.