O prefeito eleito de Osasco, na Grande São Paulo, Rogério Lins (PTN), se entregou à polícia na manhã deste domingo (25), após desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos vindo de um voo de Miami.
Atualmente vereador em licença e considerado foragido desde o dia 6 de dezembro, Lins é alvo de um mandado de prisão preventiva na Operação Caça Fantasmas, que apura um suposto esquema milionário de fraudes na contratação sem concurso público de centenas de servidores, mantendo funcionários fantasmas nos gabinetes.
Ao desembarcar, Lins se apresentou à Polícia Federal e foi encaminhado à Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista), onde a prisão foi registrada. Após o registro ele foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Osasco, de acordo com a TV Globo.
“Não tenho dúvida que a verdade virá à tona e a nossa inocência será comprovada”, disse Lins, em vídeo publicado ainda pela manhã em sua página pessoal no Facebook. Ainda no vídeo, ele diz respeitar o trabalho do Ministério Público e da Justiça e diz voltar ao Brasil “de cabeça erguida”.
Caça Fantasmas
No último dia 6, o Ministério Público de São Paulo deflagrou a quinta fase da Operação Caça Fantasmas ao cumprir 14 mandados de prisão — todos contra vereadores de Osasco . Os prejuízos aos cofres públicos em decorrência do esquema são estimados em pelo menos R$ 21 milhões.
Durante a investigação ainda em curso, o MP paulista já ofereceu denúncia contra 217 pessoas, entre vereadores, assessores e funcionários “fantasmas”. Desde que foi iniciada, em agosto de 2015, a operação já conta com 117 volumes de investigação. Mais de 200 pessoas foram afastadas de seus cargos cautelarmente pela Justiça, a pedido do MP de São Paulo.
Considerado uma zebra no início da campanha, Lins bateu em segundo turno o atual mandatário de Osasco, Jorge Lapas (PDT). Com 100% das urnas apuradas, Lins obteve 61,21% dos votos, contra 38,79% de Lapas.
Aos 38 anos de idade, ele é empresário. Possui duas empresas em Osasco. Quando as urnas lhe deram a vitória, Lins foi taxativo ao declarar seu compromisso com a ética e o bem público. Ele afirmou que iria “respeitar o dinheiro público da nossa população”.
“É tolerância zero com a corrupção”, declarou à época.
* Com Estadão Conteúdo.