A Polícia Federal descobriu um rombo de R$ 5 bilhões no Postalis, o Instituto de Seguridade dos Correios. O valor é resultado da análise de investimentos feitos pelo instituto nos últimos quatro anos.
O relatório, que aponta mau uso das contribuições dos servidores dos Correios, foi entregue em 15 de dezembro à Justiça Federal no Rio. O documento lista os negócios e responsabiliza 28 pessoas, entre diretores e ex-diretores do Postalis, além de empresários e executivos do mercado financeiro.
A PF aponta indícios de gestão temerária, crimes contra o sistema financeiro e organização criminosa. O Postalis é considerado o 3º maior fundo de pensão do país, atrás só do Petros, da Petrobras, e do Previ, do Banco do Brasil.
Os negócios suspeitos aconteceram, de acordo com a PF, na administração de Alexej Predtechensky, conhecido como Russo, e na atual gestão de Antônio Carlos Conquista.
Russo foi indicado pelo PMDB e Conquista, pelo PT. Apesar das suspeitas, não se comprovou até agora se dinheiro do Postalis foi parar nas mãos de políticos.
A partir de depoimentos e análises de documentos, a PF concluiu que os dois gestores tinham conhecimento sobre a aplicação “temerária” dos recursos do Postalis.
Conflito de interesses
Russo e Conquista firmaram, segundo a PF, contratos com instituições de consultoria de risco que davam o aval para a aplicação do dinheiro dos contribuintes.
Entre os grupos contratados para gerir as aplicações do Postalis e indicar o que seria o melhor investimento estão o banco BNY Mellon e a Risk Office, apontada como a maior gestora de riscos da América Latina.
Os investigadores identificaram “conflito de interesses”, já que os executivos dos gestores de aplicação do fundo atuavam tanto no Postalis como em alguns planos adquiridos.
Investigadores analisam por que tanto o banco BNY Mellon como a Risk Office, assim como os gestores do Postalis, “não questionam a baixa rentabilidade dos fundos aplicados ou adotam medidas para o saque do dinheiro aplicados”, diz o relatório.
O Postalis disse, via assessoria, que o presidente já prestou esclarecimentos à Polícia Federal sobre o caso. (das agências)