No geral, 89% da população brasileira não concorda com as invasões e 6% aprovam. A desaprovação é maior entre os eleitores de Lula, presidente então recém-eleito que os atos golpistas tentaram derrubar. Neste caso, o índice é de 94% — eram 97% na primeira rodada. Já 85% dos eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno das eleições também rejeitam os atos de 8 de janeiro.
“A rejeição aos atos do 8 de janeiro mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, avalia Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Ainda de acordo com o diretor da Quaest, “o 6 de janeiro nos EUA não é hoje um tema da democracia, mas da polarização partidária: democratas x republicanos. No Brasil, para que os índices de apoio às invasões continuem baixos, Lula não deve partidarizar o assunto. É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidárias, porque trata-se de um problema do Estado brasileiro”, defende Nunes.
A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança, 95%. Foram realizadas 2.012 entrevistas presenciais entre os dias 14 e 18 de dezembro.