Na audiência geral após um período de férias, Francisco defendeu uma mudança de atitude na Igreja. “Como podemos tomar conta de quem, após a irreversível falha do laço familiar, realiza uma nova união?”, perguntou-se.
“Quem estabelece uma união após a derrota do casamento não são totalmente excomungadas, e absolutamente não devem ser tratadas desta forma. Eles sempre pertencerão à Igreja, que deve manter suas portas abertas”.
Ele reconheceu que um casamento após o divórcio é considerado errado aos olhos da Igreja Católica, mas que isto não deve impedir de que sejam preservados o bem-estar e a salvação das pessoas.
Nesse sentido, pediu que os sacerdotes pressionem filhos de pessoas que se casaram de novo. “Se vemos estes novos laços dos olhos das crianças, veremos mais urgência em acolher as pessoas que vivem nesta situação.”
A Igreja Católica prega que só os viúvos podem voltar a se casar no religioso. Para divorciados, o casamento pode ser anulado se houver provas de exclusão da comunhão da vida ou da falta de liberdade, por exemplo.
O processo pode ser longo e segue os critérios dos tribunais eclesiásticos. Apenas os divorciados que não tenham se casado novamente têm direito à eucaristia.
PRIORIDADE – A mudança no tratamento dos divorciados é uma das ideias mais defendidas por Francisco. O assunto foi debatido no sínodo de outubro de 2014, junto com outros temas polêmicos como uso de métodos contraceptivos e a aceitação da homossexualidade.
O assunto deverá voltar à tona no chamado Sínodo da Família, que acontecerá em outubro deste ano. Nele, Francisco deverá rever o tratamento em relação aos divorciados e poderá alterar a regra para a comunhão.
Em fevereiro de 2014, ele pediu em missa aos sacerdotes que os casais separados não sejam condenados. Dois meses depois, ele autorizou por telefone a eucaristia de uma argentina que havia se casado com um homem divorciado.