O que o amigo imaginário “marciano” deveria ter ensinado a Ciro Gomes. Por Reginaldo Silva

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Por Reginaldo Silva- Professor, Radialista e Jornalista

Que Ciro Gomes é uma sumidade ninguém duvida. O que muitos procuram entender é como Ciro com tanto talento e erudição deixou seu capital político ir se deteriorando ao longo do tempo.

Na última entrevista ao Ponto Poder do Diário do Nordeste, Ciro falou da relação com o irmão Cid Gomes, de traição premiada de Camilo Santana, defendeu Roberto Cláudio e analisou os desafios que Elmano deverá enfrentar neste novo contexto político.

Em relação a Cid, não se aprofundou no tema por questões familiares, se limitou a dizer ” que a faca ainda arde nas costas”. Ciro guarda ressentimento por Cid por ter lançado Camilo ao Governo do Estado e ainda ter ficado ao lado dele, nesta última eleição.

Ciro chamou de traição premiada o fato de Camilo Santana não ter apoiado sua candidatura à presidência da República e ainda ter surfado na onda lulista, deixando o pedetista amargar a terceira colocação em seu berço político, ficando atrás até de Jair Bolsonaro.

O ex-governador e ex-ministro também acusou Camilo de tentar manter um monopólio político no estado, segundo ele, coisa que só foi vista por aqui nos anos 80 e que o petista está loteando o estado. Por fim, ainda acusou o ex-governador de ser um dos responsáveis de cunhar de forma negativa o termo Ferreira Gomes. Contudo, é importante salientar, que a expressão política “Ferreira Gomes” ganha força, naturalmente, no campo político e na imprensa, à medida que aumentava o número de cargos eletivos ocupados por membros da família.

Ciro também falou da conjuntura política do estado que levou ao rompimento do PDT com o PT.  Ele ponderou que  defendeu o quadro mais qualificado da legenda, o melhor nome disparado dos quatro pretensos candidatos, o ex-prefeito Roberto Cláudio. O que ele não enxergava no calor da emoção daquele momento, era que o seu desejo de palanque puro, não era o mesmo desejo da maioria da classe política cearense, resultando no desastre eleitoral de ambos.

O presidenciável defendeu Elmano, dizendo se tratar de uma boa pessoa, mas, segundo ele, terá um grande desafio pela frente, por conta da tentativa de monopólio político no estado por parte de Camilo.

Agora vamos trazer a participação do amigo imaginário de Marte, citado por Ciro na palestra da CDL em Fortaleza e na entrevista a imprensa cearense. O que o amigo imaginário marciano poderia ter ensinado a Ciro Gomes antes dessa catástrofe política pessoal e partidária do ex-ministro, já que se tornaram tão amigos.

O marciano deveria ter ensinado a Ciro antes da eleição, que na vida e na politica devemos aceitar as pessoas como elas são e não do jeito que queremos que elas sejam. Depois deveria ter ensinado a Ciro que ele precisa melhorar sua comunicação, a sua maior virtude tem se transformado em seu maior defeito.

Na sequência de ensinamentos, o amigo marciano também poderia ter ensinado ao presidenciável que ele deveria ser mais humilde, pedindo a ele para reconhecer que o irmão tinha maior conhecimento da politica local. O tal amigo imaginário, deveria ter alertado a Ciro que o momento não era ideal para os candidatos mais preparados, ele e Roberto Cláudio poderiam ter se livrado dessa decepção eleitoral, muito embora isso faça parte do jogo, ganhar ou perder é natural em qualquer embate.

Só depois da catástrofe é que Ciro anda dizendo que agora está mais humilde e está tomando conhecimento de muita coisa que não sabia, essa foi a grande falha do amigo marciano. Com tanto conhecimento e tanta sabedoria, Ciro não precisava do amigo imaginário para entender que a soberba precede a queda.

 

 

 

 

 

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