O futuro político de Nova Russas. Por Reginaldo Silva

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Governo e oposição em Nova Russas precisam encontrar uma identidade, para dar ao povo a oportunidade de fazer uma escolha mais assertiva nas próximas eleições.

Todo grupo necessita de um líder. Alguém capaz de ajudar o povo a melhorar sua capacidade analítica. O povo sempre define primeiro aquilo que ele não quer, para depois definir o que quer.

Em Nova Russas, os parlamentares de oposição votaram em três candidatos a prefeitos diferentes na última eleição municipal. Assim, sua formação foi germinada com ideias diferentes, personalidades diferentes, comportamentos diferentes. A unidade de pensamento não é tarefa fácil.

Já o bloco legislativo da situação votou em dois gestores distintos, porém, a disputa por espaços políticos torna a relação insólita e cheia de ideias antagônicas, a união entre eles acontece raramente quando os interesses individuais convergem para o mesmo fim.

Um bom exemplo dessa falta de identidade política no município, surge com a eleição do atual presidente da Câmara, vereador Adalberto Filho, eleito pelas bancadas de oposição e situação, criando uma confusão mental na cabeça do cidadão comum que não consegue distinguir quem é quem no jogo político.

A confusão se acentuou quando o vereador Marcelo Evangelista apresentou um projeto para redução de subsídios dos vereadores, que acabou levando as duas bancadas a defenderem a mesma tese.

Na sessão da última quarta-feira teria sido distribuído um projeto que altera a Lei Orgânica do Município modificando o tempo do mandato da Mesa Diretora, bem como dando direito a reeleição de seus membros. O projeto teria levado a assinatura da bancada de oposição.

O fato causou um alvoroço de ambos os lados. Para uns, trata-se de uma manobra da oposição  no sentido de desestabilizar o governo municipal e atrair o vereador presidente da Câmara para oposição, caso a matéria não seja aprovada. Para outros, um golpe baixo naqueles que tinham o desejo de abocanhar o último ano de presidência da Câmara. Uma terceira turma acredita numa teoria da conspiração, em que o próprio governo estaria tentando atrair parlamentares de oposição, objetivando a troca dos mais traquinas e trabalhosos governistas. Existe ainda uma quarta turma, que acredita na tese de dá um nó no capitão, que não é o Bolsonaro, mas, o Washington Pedrosa, o pai do prefeito.

Por outro lado, o prefeito aposta na teoria do Zeca Pagodinho, deixa a vida me levar e deixa os outros resolverem os problemas.

O fato é que entre uma articulação e outra, ou entre uma conspiração e outra, o tempo vai passando e nenhum dos problemas mais sérios de Nova Russas vai sendo debatido e muito menos, sendo resolvido. Abastecimento de água, saneamento básico, geração de emprego, ocupação para juventude, política de desenvolvimento do crochet, reforma tributária  e outros necessitam desse mesmo empenho e velocidade de aprovação da classe política.

Independentemente do resultado da votação dessa matéria da reeleição dos membros da Mesa Diretora da Câmara, a classe política, precisa demarcar território. A falta de identidade, favorece ao poder, mesmo com um alto grau de desgaste.

Aquele que se interessa por política busca em seu candidato uma identidade parecida com a sua. Portanto, criar uma identidade é o primeiro passo para uma caminhada vitoriosa.

Dentro desse contexto, em busca desse futuro político, em tempos de crise de identidade, vale parafrasear um velho companheiro de rádio: “é melhor ser fanhoso do que ser sem nariz.”

 *Reginaldo Silva: professor, radialista e editor do Ceará Noticias.

 

 

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