NOVA RUSSAS: TRABALHADORES PROTESTAM CONTRA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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Com gritos de Fora Temer a classe trabalhadora de Nova Russas saiu às ruas para dizer não a Reforma da Previdência.  CUT, CTB, Fetamce, Sincatos, Clubes de Serviços, grupos estudantis, e simpatizantes do movimento, percorreram as principais ruas da cidade para reafirmar o posicionamento contrário a Reforma da Previdência que está em curso no Congresso Nacional. Nas falas e defesas contrárias a Reforma, os oradores esclareceram que a classe trabalhadora não aceita perda de direitos trabalhistas, dentre eles:

Foto de Sayonara Teixera.

1-Hoje, as mulheres se aposentam cinco anos antes que os homens, mas a proposta do governo estabelece o fim dessa diferença.
Contra – A dupla jornada e condições no mercado de trabalho mais adversas. Elas ganham 86% dos salários dos homens e, além disso, enfrentam maiores dificuldades para se manter no emprego, com prejuízos para a frequência e o valor das contribuições para o regime.

2- O governo estabeleceu em sua proposta uma idade mínima de 65 anos para que o trabalhador possa se aposentar.

Contra – A idade minima elevada, equivalente aos mesmos padrões de países com maior população de idosos e com melhores condições de vida

3-Os trabalhadores rurais têm hoje condições especiais de aposentadoria. A contribuição não é obrigatória e o trabalhador se aposenta aos 55 anos (mulheres) e 60 anos (homem). A proposta do governo prevê o fim dessa aposentadoria especial.

Contra – As desigualdades ainda persistem no campo, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Esses trabalhadores, geralmente, começam trabalhar mais cedo e têm dificuldades de comprovar renda, sobretudo da agricultura familiar.

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4- O projeto inicial do governo previa o fim da aposentadoria especial para professores do ensino infantil, fundamental e médio (30 anos de contribuição no caso dos homens e 25 anos das mulheres). Agora, no entanto, a proposta do governo excluiu os servidores estaduais e municipais da reforma, incluindo professores e policiais civis.Contra – A reforma deve estabelecer igualdade de regras para todos os trabalhadores. A exclusão de parte deles pode criar categorias diferentes de trabalhadores, como uma espécie de casta, e abre espaço para novos lobbies.

5- A proposta de reforma da Previdência prevê o fim da vinculação ao salário mínimo, do benefício integral e da acumulação.

Contra – Queda da renda na velhice, momento de maiores gastos com saúde, com a possibilidade de pensões de valor inferior ao salário mínimo. Seria ilegal proibir a acumulação se o trabalhador contribuiu para isso.

Foto de Sayonara Teixera.

6- O cálculo do valor da aposentadoria vai mudar. Pela proposta, o valor vai corresponder a 51% sobre as melhores contribuições mais 1 ponto percentual por ano adicional de contribuição.

 

Contra – A nova fórmula, além de reduzir o valor do benefício, obriga o trabalhador a ficar mais tempo na ativa. Com idade mínima de 65 anos e tempo mínimo de contribuição (que sobe de 15 anos para 25 anos), um trabalhador que começou a contribuir aos 16 anos de idade terá que ficar na ativa por 49 anos para receber uma aposentadoria integral.

7- Homens a partir de 50 anos e mulheres a partir dos 45 anos vão poder se aposentar pelas regras atuais, pagando pedágio de 50% sobre o tempo de contribuição que faltar, segunda a proposta do governo para a Reforma da Previdência.

Contra – A regra prejudica a maioria do trabalhadores brasileiros (77% dos homens e 68% das mulheres, abaixo do corte por idade), criando um degrau “abrupto” entre pessoas com características semelhantes. Um homem de 50 anos que começou a trabalhar aos 16 anos de idade poderá se aposentar aos 51,5 anos; outro de 49 anos e também começou a trabalhar aos 16 anos e portanto, já contribuiu por 33 anos, será obrigado a ficar na ativa por mais 16 anos.

Esses são alguns dos pontos que levaram a mobilização dos trabalhadores do Brasil inteiro a se levantar contra a Reforma da Previdência.

 


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