Nova Russas: o maior problema dos pré-candidatos a prefeito vai ser montar a chapa de vereadores

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Este ano será a primeira edição de uma eleição sem coligações proporcionais. A Emenda Constitucional 97/2017 garante aos partidos políticos autonomia para definir o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, sendo vedada a sua celebração nas eleições proporcionais.

A Emenda Contitucional também quebra a obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Em Nova Russas, são 13 vereadores, todos em partidos deferentes. Na terra onde não existe soldados políticos e todo mundo é general e líder de sua tropa, todos terão que repensar seus conceitos. Com a proibição do fim das coligações, as pré-candidaturas majoritárias irão encontrar um novo xadrez político.

A primeira dificuldade será acomodar vários vereadores em um único partido. A briga por interesses não será fácil, uma vez que uns serão salvos enquanto outros serão jogados na boca do leão.

Os suplentes, mais atualizados sobre as leis eleitorais, não querem ficar em coligações onde já tenham candidatos com mandatos, uma vez que ao longo de anos foram tratados como “patinho feio” sem direito a assumir uma única vez uma cadeira na Câmara. Muitos dos atuais suplentes agora querem que os atuais parlamentares sejam engolidos pelo próprio egoísmo, ou por não terem aprendido a lição do pai da ciência política, Nicolau Maquiável: divide e impera.

Outro problema a ser enfrentado pelas pré-candidaturas majoritárias estão em arrumar um número expressivo de candidatas mulheres para preencher o número de vagas determinados pela legislação. Com uma fiscalização cada vez maior e o risco iminente de denuncias sobre candidaturas laranjas, todo cuidado é pouco.

A revolta dos suplentes ainda está em curso, muitos procurando a melhor coligação que garantam suas vagas, ou que pelo menos, que lhes assegurem uma largada igualitária. Quanto aos suplentes só existe uma certeza, estão convictos de que não servirão de buchas para candidaturas que estejam no exercício do mandato.

Este quadro da proibição das coligações proporcionais é um dos únicos fatores nas eleições deste ano que vai provocar mudanças no tabuleiro das candidaturas majoritárias.

Numa terra onde só existe generais políticos, agora terão que se enfrentar no mesmo campo de batalha.

Reis e Rainhas movam suas peças, o xadrez de 2020 já começou.

(Reginaldo Silva, Ceará Notícias)

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