A Estação Ferroviária de Nova Russas era para ser o cartão postal da cidade, por tudo que ela representa para o município. A partir de sua inauguração em 1910, começa efetivamente o desenvolvimento social e econômico da vila que vai se emancipar politicamente 12 anos depois.
Como se não bastasse a retirada dos canteiros do entorno do prédio da Estação Ferroviária que deveria ser o símbolo de preservação histórica do município, pessoas ligadas ao prefeito já defendem a retirada de mais canteiros no centro da cidade.
Talvez fosse mais oportuno, o prefeito Rafael Pedrosa concluir a obra anunciada no inicio de sua gestão, a reforma do Mercado Velho, outro monumento histórico do município, que a exemplo da Estação Ferroviária, também permanece em ruínas.
Ali, no Mercado Velho, seria um ótimo local para abrigar as crocheteiras do município, retirá-las da exposição ao sol e a chuva, todos os sábados, quando deixam suas casas para ganhar o pão, comercializando um produto (crochet) que nomina Nova Russas de “capital do crochet”, mas não dá um teto digno a quem comercializa e vende o artesanato. A praça da Estação e o céu aberto são o abrigo de quem comercializa o símbolo econômico da cidade.
Quanto aos canteiros e a Prosopis juliflora, famoso pé-de algaroba, que no passado alimentou a fome de muitos animais, sobretudo nas grandes secas, hoje, existem geógrafos, paisagistas, arquitetos e vários outros profissionais que fazem estudos e conseguem agregar o moderno a preservação histórica urbanistica. Para construir o novo, não é necessário destruir o velho.
Um legítimo gestor certamente daria prioridade ao Mercado Velho e a preservação da Estação Ferroviária em relação aos canteiros. Mãos a obra, ainda existe muito a ser feito no município.
*Reginaldo Silva: professor, radialista e editor do Ceará Noticias.