O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou à Polícia Federal que apresente em até 15 dias uma análise detalhada sobre a quebra do sigilo telemático do coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A determinação de acesso a dados armazenados em nuvem autorizada por Moraes no âmbito desta apuração mirou o oficial do Exército.
Datada desta segunda-feira (2), a decisão é desdobramento do inquérito instaurado para investigar Bolsonaro e outras pessoas envolvidas com o vazamento de informações de um outro inquérito, relacionado a um ataque hacker à Justiça Eleitoral em 2018.
O material foi usado por Bolsonaro em uma transmissão na internet em agosto do ano passado para contestar a segurança do sistema eletrônico de votação, o que vem sendo rebatido reiteradamente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministros da corte.
Em seu relatório final, a delegada Denisse Dias Ribeiro, encarregada do inquérito, atribuiu conduta criminosa ao presidente. Além disso, indiciou Cid.
A policial enquadrou o ajudante de ordens pela prática do crime de violação de sigilo funcional, “considerando que, na condição de funcionário público revelou conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em segredo até o fim das diligências”.
Na fase de apuração, a pedido de Ribeiro, Moraes determinou a quebra do sigilo telemático do militar. O material contribuiu para levar ao indiciamento do oficial do Exército.