O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prepara uma plataforma eleitoral que tem como desafio traduzir a melhoria dos indicadores econômicos em benefícios para a população mais pobre. Na tentativa de fugir do rótulo de candidato do mercado e angariar apoio para uma campanha à Presidência em 2018, Meirelles começa a fazer inflexão no discurso e diz agora que é favorável a um “reforço” nos programas sociais, principalmente no Bolsa Família.
Para o ministro, o projeto lançado no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva e mantido pelo presidente Michel Temer deve ser ampliado e até mesmo reajustado “dentro das possibilidades orçamentárias”. Em palestras, Meirelles vem destacando que não há dicotomia entre ajuste de contas públicas, desenvolvimento e programa social.
A mudança de tom é uma vacina contra as já esperadas críticas de que, se ele entrar na corrida eleitoral, será o “candidato do arrocho”. Com uma retórica mais social, Meirelles luta para se consolidar como postulante de centro-direita na disputa, com aval do Palácio do Planalto, desbancando o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que pleiteia essa vaga.