Maduro é reeleito na Venezuela em eleição contestada

3 Min. de Leitura
GRAF1316. CARACAS, 20/05/2018.- El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, vota hoy en su centro electoral, en el oeste de Caracas, en unos comicios donde buscará la reelección. Durante esta jornada, en la que la principal coalición opositora ha llamado a la abstención, también se elegirán los miembros de los consejos legislativos de las 23 entidades federales y de los 335 municipios. EFE/Miguel Gutiérrez

Nicolás Maduro foi declarado neste domingo (21/05), vencedor de uma votação presidencial em que 46% dos eleitores participaram, em meio a denúncias de abuso de poder e compra de votos. O principal opositor, Henri Falcón, não reconheceu o resultado, disse que a eleição não existiu e pediu uma nova votação. Com 92% das urnas apuradas, Maduro tinha 5,8 milhões de votos (68%). Falcón obtinha 1,8 milhão (21%). O término do mandato está previsto para 2025.

“Nunca antes um candidato havia ganho com 68% dos votos. Nocaute”, foram algumas das primeiras de palavra do presidente, que criticou as denúncias de Falcón, mas ofereceu um governo de unidade.

Falcón havia afirmado, antes da divulgação dos resultados, que não reconhecia o processo eleitoral como válido. “Não houve eleições, é necessária uma nova votação”, afirmou, dizendo-se disposto a concorrer novamente em dezembro, data prevista até a antecipação do processo por Maduro.

Falcón denunciou mais de 900 irregularidades. Reclamou da presença de postos de informação e controle chavistas a menos de 200 metros dos locais de votação. Também questionou o pagamento prometido pelo chavismo aos que registrassem seu voto nesses pontos por meio da “carteira da pátria”, um sistema de identificação paralelo criado pelo chavismo para monitorar, e assim estimular, a participação de seu eleitorado a base de gratificações. O registro inclui 16 milhões de habitantes.

“Prometeram 10 milhões de bolívares (US$ 12, pela cotação do mercado negro, 4 vezes o salário mínimo) a quem registrar seu votos nos ‘pontos vermelhos’. Não podemos vender nossa dignidade”, reclamou Falcón.

Outro opositor, Javier Bertucci, fez denúncias semelhantes às de Falcón. Maduro minimizou as novas ressalvas à votação. O presidente antecipou o processo eleitoral, previsto para o fim do ano, aproveitando um momento em que os principais líderes antichavistas estão impedidos de concorrer. Os opositores então boicotaram a eleição e conseguiram que ela não seja reconhecida por parte da comunidade internacional.

“É preciso um governo de diálogo”, disse Maduro após votar no bairro de Catia, em Caracas. O diálogo seria uma novidade em seu mandato. O chavismo controla o Conselho Nacional Eleitoral, o Judiciário e o Legislativo, que teve funções tomadas por uma Assembleia Constituinte criada no ano passado. Protestos contra o avanço chavista sobre o Congresso resultaram em pelo menos 121 mortes. Maduro enfrenta hiperinflação, projetada em 13.800% pelo FMI para este ano. O desabastecimento nos supermercados foi controlado antes da votação, mas o salário mínimo é insuficiente para comprar um quilo de carne (US$ 3)./AE

Compartilhar Notícia