Após acertar na semana passada o apoio ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa presidencial das eleições 2018, os dirigentes do Centrão reivindicam agora uma participação efetiva na coordenação de campanha e na elaboração do futuro programa de governo do tucano. O bloco partidário, formado por DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB, pretende indicar o nome do coordenador de campanha e defende que seja alguém com trânsito em todos os partidos.
O Centrão deve anunciar oficialmente nesta quinta-feira, 26, em Brasília, a aliança com Alckmin. As siglas indicaram o nome do empresário Josué Gomes como vice na chapa, sugestão que foi acatada pelo presidenciável do PSDB. Havia expectativa da campanha tucana de que a dobradinha com o empresário mineiro – filho do ex-vice-presidente José Alencar, que morreu em 2011 –, fosse anunciada nesta segunda-feira, 23, mas as primeiras conversas não foram conclusivas. Alckmin se reuniu em São Paulo com Josué e o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, líder informal do PR.
O presidente da indústria têxtil Coteminas disse, conforme relatos, que o ex-governador deveria ficar à vontade se quiser procurar outro nome do bloco para o posto de vice que acrescente eleitoralmente. O teor de parte da conversa foi transmitido por Costa Neto ao líder do PR na Câmara, José Rocha (BA).
Para aliados de Alckmin, a reticência do empresário pode ter explicação na sua relação com o PT. Josué se filiou ao PR a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. Ele era considerado por petistas como o vice ideal do candidato do partido.
A expectativa é de que o empresário só se decida após uma conversa com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). Segundo a assessoria de Pimentel, um encontro entre os dois estaria previsto para esta terça-feira, 24, na capital paulista.