João Pedro sobrevive a doença rara, reencontra Ceni e emociona elenco do Fortaleza antes de final

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João Pedro Bezerra não sabia exatamente o que estava fazendo naquele lugar. Reconheceu o escudo do time do coração, as cores branco, azul e vermelho e até uns rostinhos conhecidos. Mas não sabia as surpresas que o aguardavam. A mãe sorria, não se aguentou de felicidade… O padrasto olhava com gosto. E João? João ria, contava histórias e encantava a todos que chegavam perto, atraindo uma plateia para si.

Plateia esta formada pelos jogadores do Fortaleza – que tentam o título estadual contra o Ceará no domingo -, pelo técnico Rogério Ceni e por quem faz o clube no CT de Maracanaú. João, que tem mielomeningocele, uma má formação congênita na coluna vertebral, é estrela, luz, força e alegria. Que contagia.

O olhar inocente de criança e o riso fácil carregam uma história bem grande de alguém tão pequeno em estatura, mas gigante em coração. Desde a barriga da mãe, Márcia Bezerra, as estatísticas estavam contra João. Foi diagnosticado aos quatro meses de vida com a doença.

– Desde o momento da gravidez já soube das necessidades dele, aos quatro meses de gestação. Os médicos pediam que eu tirasse ele. Eu fui a única que acreditou. Foram várias cirurgias, vários tempos de UTI, quarto… Foi difícil, mas graças a Deus estamos aqui – conta a mãe.

Márcia decidiu lutar pelo filho. Manteve a gravidez. João nasceu com paralisia nos membros inferiores e com a coluna vertebral exposta. Assim que veio ao mundo, teve a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) como primeira casa, onde passou longos oito meses. E era só o início da luta da dupla Márcia e João. A mãe improvisou uma UTI em casa e manteve o filho sob cuidados médicos. Durante seis anos, a rotina do menino se resumia basicamente a permanecer em casa. As pessoas com quem tinha contato eram os familiares mais próximos. Tudo para evitar infecções.

– Foram momentos difíceis, mas sempre pedia a Deus para me iluminar. Deus falava o tempo todo para mim: acredite, ele vai ser um guerreiro. E hoje estou aqui para contar a história, ele é um guerreiro – relata.

Em busca de uma melhor qualidade de vida para o menino, Márcia decidiu buscar um tratamento em Curitiba há dois anos. Conseguiu uma cirurgia para João Pedro. Hoje ele tem 16 pinos nas costas para segurar a coluna, uma simpatia cativante, em papo esperto, uma risada carinhosa e um coração tricolor./ge

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