A deputada estadual, Dra. Silvana (PMDB), da igreja evangélica Assembleia de Deus, foi anunciada como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania. Famosa por polemizar e defender projetos que combatem relações homo afetivas e redução da maioridade penal, a escolha da parlamentar para presidir a comissão foi recebida com alguma surpresa por outros deputados. A escolha foi um acordo entre o PMDB e a Mesa Diretora. Na legislatura passada, na Câmara Federal, a indicação de um evangélico, Pastor Feliciano, para a presidência da Comissão de Direitos Humanos gerou polêmica e reação dos movimentos sociais. Na Assembléia Legislativa, no mandato anterior, a comissão era presidida pela então deputada Eliane Novaes (PSB), de perfil progressista. A nomeação da peemedebista deve acontecer na próxima terça-feira, 10.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) também está pleiteando a participação da comissão. Na sessão de hoje, ao saudar a indicação da Dra. Silvana, a parlamentar disse acreditar que a peemedebista, com certeza, “irá se privar de presidir a comissão quando estiverem em pauta assuntos que possam constrangê-la”. Já o psolista Renato Roseno, defende que é contraditório colocar à frente da Comissão de Direitos Humanos, importante nas Casas Legislativas, por ampliar e dar relevância aos direitos as vítimas de toda e qualquer violência, um perfil conservador. “Fui voto contrário a escolha da presidência. Direitos humanos tem que ter liberdade, não pode ter preconceitos”.
Roseno disse ainda que colocou seu nome à disposição para presidir a comissão. Como não foi aprovado, pretende ser membro e defender, por exemplo, o feminicídio, o extermínio de jovens negros, direitos das pessoas com deficiência, das crianças e adolescentes, dos povos tradicionais, pessoas com doenças crônicas, dentre outros. O parlamentar destaca que entre os grandes problemas do Estado e que devem ser combatido, estão a hiperlotação do sistema penal, a insegurança. “O direito de viver sem violência, seja de gênero ou raça deve ser defendido. Sou contra todo e qualquer fundamentalismo”. Ele disse ainda estar convencido que muitos parlamentares querem defender costumes do século XVIII.
Ceará 247