Em uma crítica contra o grampo feito pela Polícia Federal, com autorização do juiz Sérgio Moro, da presidente Dilma Rousseff, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou que “os fins não podem justificar os meios”.
Ele se disse totalmente favorável às “investigações legais” contra a corrupção, mas ressaltou que “há de se combater frontalmente” o “processo [que] se dá através da clara ameaça às garantias constitucionais”. “O Estado de Direito não pode ser ferido, sob pena de perdermos nossa democracia, tão duramente conquistada, e vermos a desordem social se instalar em nosso país”, completou.
Leia abaixo a íntegra:
Não poderia deixar de externar aqui toda a minha preocupação diante das turbulências vividas hoje pelo nosso país, atingindo diretamente a vida de cada cidadão brasileiro. A essência da democracia está no respeito às diferentes opiniões, na tolerância e no debate sadio. Também não há democracia sem o respeito às leis e às instituições.
Tenho defendido sempre cada uma das investigações legais realizadas pela Polícia e pela Justiça de nosso país no combate à corrupção, com a qual não se deve tolerar. Sou totalmente favorável à punição rigorosa a quem desrespeitar as leis, seja quem for e de qual partido for. Mas, quando esse processo se dá através da clara ameaça às garantias constitucionais, há de se combater frontalmente. Os fins não podem justificar os meios. O Estado de Direito não pode ser ferido, sob pena de perdermos nossa democracia, tão duramente conquistada, e vermos a desordem social se instalar em nosso país.
Justiça e respeito: só acredito nesse caminho.