Fortaleza tem 62,5% da população vivendo em “baixa” ou “baixíssima” condição de vida. São 2,01 milhões de pessoas nessa situação. Em Juazeiro do Norte, essa situação atinge todos os moradores, conforme estudo divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados fazem parte do estudo “Tipologia Intraurbana”, com base em pesquisa em 435 grandes cidades do Brasil, incluindo duas do Ceará: Fortaleza e Juazeiro do Norte. Os números são relativos ao censo de 2010.
De acordo com o supervisor de Documentação e Disseminação da Informação da Unidade Estadual do IBGE no Ceará, Hélder Rocha, a maior proporção de população em áreas urbanas em piores condições de vida (nas categorias G ao K – baixas condições de vida até precárias condições de vida) estão no Nordeste (59,9%) e, em segundo lugar, Norte (56,3%) região que apresentou a maior proporção de pessoas em domicílios com baixíssimas ou precárias condições de vida (35,4%).
Segundo o especialista, o Norte e o Nordeste apresentam padrões próprios. O primeiro tem como característica um elevado percentual da população concentrada no tipo F – médias condições de vida – (37,0%), seguido do tipo J – baixíssimas condições de vida – (25,6%). Já o Nordeste reúne no tipo G – baixas condições de vida – a maior parcela de pessoas (34,1%), seguido dos tipos H e F, – baixas e médias condições de vida – com 18,2% e 17,7%, respectivamente.
“A cidade de Fortaleza segue a tendência da sua região [NE], pois 63,1% vivem nos tipos (G a K). Em Juazeiro do Norte, esse percentual salta para 92,7% da população nessas condições de vida”, explica.
Entre as grandes regiões, as maiores proporções de população urbana em boas e médias condições de vida estava no Sul (72,2%).
Famílias em áreas ricas
Outro dado destacado por Rocha é que as capitais dos estados do Nordeste possuem pouca concentração de famílias que moram em áreas ricas. Ou seja, que têm melhores condições de vidas. Salvador lidera o ranking com apenas 5,1%, em seguida Aracaju (SE), com 4,6% e Fortaleza em terceiro com 3,9%.
Os dados que fazem parte do estudo “Tipologia Intraurbana” é inédito, de acordo com Hélder Rocha. Foi realizado graças ao Censo Demográfico de 2010. O próximo deve sair somente no ano de 2020, junto com o Censo. E que a pesquisa ouviu cidades com 300 mil ou mais habitantes.
(G1)