FHC Defende as ideias de Tasso e chama candidatura de Ciro de “irada”

3 Min. de Leitura

O ex presidente Fernando Henrique Cardoso diz em artigo publicado no Estadão que nenhum partido sairá ileso em 2018, analisa as candidaturas de Ciro(PDT) e Bolsonaro(PSC) como “iradas” e defende o posicionamento de Tasso dentro do PSDB; assumir o “mea culpa” e desembarcar do governo, sem deixar de considerar quem quase levou o Senador a Presidência da Repúbica. Confira alguns trechos de seu artigo:

“Não nos enganemos: por mais que as estruturas de poder continuem ativas, as marcas do que aconteceu nos últimos anos serão grilhões nos pés de partidos e candidaturas. Nem o PT se livrará dos muitos malfeitos que cometeu e das ilusões que enterrou, nem o PMDB sacudirá a poeira de haver feito parte não só da onda petista, como de seus descaminhos, nem o PSDB deixará de pagar por ter dado a mão ao governo Temer e de tê-la chamuscada por inquéritos.”

“Hoje Lula e seu partido voltaram para suas trincheiras originais. Incomodando sua sucessora, tentarão relembrar os dias gloriosos da bonança econômica para que o eleitorado se esqueça dos escândalos de corrupção, das desventuras a que levaram a sociedade e da recessão que produziram na economia. São competidores, portanto, derrotáveis. A depender, como sempre em eleições, de saber que partidos e líderes formarão os “outros lados”. Nestes poderão estar os que jogam “por fora” dos grandes partidos, como Marina Silva e, em sentido menos autêntico e mais costumeiro, candidaturas “iradas”, do tipo Ciro Gomes. Só que no momento desponta outra candidatura ainda mais “irada” e mais definida no espectro político, a de Bolsonaro. Dele sabemos que é “linha dura” contra a desordem e a bandidagem, mas pouco se sabe – ao contrário de Marina – sobre o tipo de sociedade de seus sonhos (e meus pesadelos…). Pode surgir um easy rider? Pode. Mas é preciso esperar para ver.

“E o PSDB? Pode apresentar algum nome competitivo. Mas precisa passar a limpo o passado recente. Deveria prosseguir no mea culpa apresentado na televisão sob os auspícios de Tasso Jereissati, sem deixar de dar a consideração a quem quase o levou à Presidência. É hora de decidir, e não de se estiolar em “não decisões”. É hora também de juntar as facções internas e centrar fogo nos adversários externos. Não há como negar o apoio dado ao governo atual. A transição política exigia repor em marcha o governo federal, o que foi feito em áreas significativas. Politicamente, contudo, há um ponto crítico e alguma decisão deverá ser tomada: ou o PSDB desembarca do governo na convenção de dezembro e reafirma que continuará votando pelas reformas ou sua confusão com o peemedebismo dominante o tornará coadjuvante na briga sucessória.”

 

Compartilhar Notícia