A expectava era grande nos próximos três meses após a criação do Auxílio Brasil para que o jogo eleitoral fosse virado. O dado da última pesquisa do Datafolha, com recorte em todas as regiões do Brasil, aponta que a máquina pública ainda não aprendeu a fazer milagres.
Dos que recebem o Auxílio Brasil, novo Bolsa Família, 59% apoiam Lula (PT) e só 20%, Bolsonaro (PL). Além desse importante dado do novo programa social de transferência de renda, ainda se manifestaram favorável a Lula, as mulheres, os que ganham até 5 salários mínimos e os que têm até ensino fundamental, ou seja a grande maioria do eleitorado.
Bolsonaro também sempre contou com a debandada de parlamentares à medida que novas candidaturas à presidência da República fossem ficando pelo meio do caminho, a máquina pública e as benesses do poder iriam arrebanhando esses parlamentares para o Palácio do Planalto, assim como ocorreu com a desistência de Moro (União Brasil).
O outro item desfavorável a Bolsonaro foi o recorte da pesquisa por região. No Sudeste, que reúne 43% do eleitorado nacional, Lula também lidera, inclusive com o petista a frente em Minas. Outra região que era favorável a Bolsonaro, a região Sul que representa 15% dos eleitores do País, em um possível segundo turno entre os dois, Lula tem 54% e Bolsonaro 35%.
Sem o efeito esperado do Auxílio Brasil e Lula liderando em Minas e até no Sul do País, região dominada por Bolsonaro, a estratégia do presidente e sua equipe precisa ser revista.
O dado mais relevante desses dois itens avaliados da pesquisa fica subliminar, mas é perfeitamente compreensível e visível nos próximos dias. A debandada de parlamentares e lideranças do MDB e PSDB que estavam aguardando o melhor momento para virada rumo as benesses do poder deve ser interrompida, ao menos temporariamente.