Com a probabilidade de a quadra chuvosa ficar 64% abaixo da média este ano, conforme divulgou, ontem, a Fundação Cearense de Recursos Hídricos (Funceme), no Palácio da Abolição, o governador Camilo Santana (PT) confeccionará um documento junto com órgãos como a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) para apresentar, ainda sem data definida, a demanda do Estado com relação ao combate à estiagem para a presidente Dilma Rousseff (PT).
“Nós vamos fazer essa apresentação de acordo com a demanda”, assegurou o governador, salientando que, diante do quadro divulgado pela Funceme, está preparando um documento, para ser apresentado à presidente Dilma. “Vamos apresentar as necessidades em termos de recursos, para garantir os poços, operação carros-pipa, adutoras e as obras que estão em curso no Ceará”, ratificou.
Antes de ser confirmado o prognóstico das chuvas para este ano, Camilo Santana havia demostrado preocupação sobre os efeitos de uma nova estiagem no Estado e, no último dia 7, divulgou que as secretarias sofreriam cortes de 25% a 20% despesas de custos para economizar tesouro estadual. O dinheiro em caixa garantirá a continuação de obras e instalação de mecanismos para minimizar os efeitos da seca que afeta diretamente na economia do Ceará.
“Hoje (ontem) foi o dia que recebemos oficialmente a condição climática do Ceará para o ano de 2015. Isso significa que 2015 talvez seja o ano que chova menos no Ceará desde 2012. Já tive reunião anterior com os secretários de Recursos Hídricos e do Planejamento. Queremos que a Secretaria de Planejamento também coordene esse processo, já que esta pasta tem um olhar para todas as áreas do Governo”, ressaltou Camilo Santana à imprensa, assegurando que determinou a criação de um grupo de trabalho, apesar de já haver um processo em andamento por parte da Cogerh, SRH e Cagece na sede dos municípios.
PLANO
Segundo o governador, o plano em construção vai nortear as ações que precisam ser realizadas em cada um dos municípios, o que possibilitará antecipar os problemas e intensificar as ações, como a instalação de cisternas de placas, de adutoras emergenciais, de adutoras de engate rápido, ampliação de perfuração de poços profundos, além de ações de infraestrutura, como construção de novas barragens e, principalmente, as obras do Cinturão das Águas e da Transposição. “Ampliaremos a operação carros-pipa do Exército e também operação carros-pipa do Estado. Finalmente vou pedir uma reunião com a presidenta Dilma, para apresentar as nossas demandas, para que garantamos recursos necessários para a perfuração dos poços, carros-pipa, adutoras e obras que estão em curso do Ceará”, salientou Camilo. De acordo com Camilo, o Estado só garantirá sua segurança hídrica, com a finalização da transposição do Rio São Francisco, previsto para 2016 e o Cinturão das Águas.
1,5 BILHÃO
De acordo ainda com o secretário de Desenvolvimento Agrário, Dedé Teixeira (PT), além da busca de estreitar laços em Brasília, para garantir, assim como o governador, recursos para o Estado, a pasta deverá desembolsar nos de próximos quatro anos, cerca de R$ 1,5 bilhão para novas aplicações, sendo R$ 700 milhões do São José III, R$ 200 milhões do Projeto Paulo Freire, R$ 675 milhões de convênios com governo federal, além dos recursos do Tesouro do Estado e do Fundo Estadual de Combate à Pobreza Rural (Fecop) por parte do Estado.
Governo do Ceará