Quatro dias após a adolescente de 17 anos ser escalpelada ao participar de uma corrida de kart em um kartódromo do Paranoá, o namorado dela, Breno Pereira Aires, 18 anos, disse que tenta, sem sucesso, esquecer as cenas de desespero que não saem de sua mente.
Ele relatou que foi com os pais e a namorada, Heloísa Cristina Heliodoro, 17, ao kartódromo no último domingo (10/12) para comemorar o aniversário dele. Era a primeira vez que todos andariam de kart.
“Não estava nada programado. Decidimos um dia antes. O acidente aconteceu já na última volta. Estávamos prestes a entregar o kart. A Heloísa usava a balaclava, mas não tivemos muita instrução sobre normas de segurança. Ela estava duas curvas atrás de mim. Olhei para trás e me deparei com ela saindo quase que carregada”, disse Breno.
Neste momento, segundo o jovem, ele ainda não sabia o que tinha acontecido ao certo. Quando chegou ao ponto de encontro, se deparou com a namorada sangrando e a ferida exposta na cabeça.
“Quando avistei de longe, não imaginei que fosse sério. Achei que ela pudesse ter batido o kart. Eu entrei em choque. Não soube o que fazer. Me ajoelhei em frente a cadeira em que ela estava sentada e a abracei”, contou.
Procedimentos
Heloisa perdeu 80% do couro cabeludo no acidente. Na manhã desta quinta-feira (14/12), a jovem passou por um procedimento de curativo e limpeza da área ferida.
Porém, segundo a mãe da adolescente, Beth Heliodoro, o procedimento mais indicado para a rápida recuperação dela, de curativo à vácuo, ainda não foi realizado por falta de equipe no hospital. Heloísa está internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
“Ela está consciente e precisamos de mais atenção. Sabemos que o caso da Heloísa é grave e de emergência. Cada dia que passa e que ela não usa o curativo à vácuo, sabemos que não há melhora no quadro. O tempo de recuperação vai ser maior. Ela já tem a liminar da Justiça, mas ainda está sem o tratamento que ela mais precisa”, desabou o namorado.
Por volta das 14h30, a Secretaria de Saúde do DF informou que Heloísa foi submetida ao curativo cirúrgico no final da manhã de quinta. “A paciente e os responsáveis legais receberam explicações acerca da técnica anestésica e procedimento propostos. O material do curativo a vácuo foi disponibilizado para a paciente.”
A SES/DF informou, ainda, que durante a avaliação em centro cirúrgico, a adolescente não estava em condições para instalação do curativo a vácuo. “Assim, a cada troca de curativo será feita uma nova avaliação”, completa a nota.
Acidente no kart
O acidente aconteceu em uma pista no Paranoá, no Distrito Federal, no domingo (10/12). A mãe da adolescente explicou que, apesar de a empresa de kart ter cedido o equipamento para a corrida, não houve orientação para que amarrasse o cabelo.
O curativo à vácuo ajudaria na recuperação de Heloísa para que, então, ela pudesse realizar o enxerto no couro cabeludo.
A vítima vai se formar no ensino médio neste domingo (17/12). Para o baile de formatura do colégio, o Objetivo de Valparaíso, Heloísa planejava escolher um vestido ao longo desta semana. Porém, o acidente com o kart interrompeu os planos./ Metrópoles
(Foto reprodução)