Gomes da Silva, conhecido como GD, é próximo do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele era assessor parlamentar, lotado no gabinete do ministro, antes ser escolhido para o cargo de diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep). Foi o quinto nomeado para a diretoria mais importante do órgão durante o governo de Jair Bolsonaro.
O militar não conseguiu lidar com os pedidos da área técnica – que enumera as dificuldades para realizar o Enem e também o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) ainda este ano – e as pressões políticas do Ministério da Educação (MEC). O governo tem insistido que o Enem será feito ainda em novembro, apesar diversos indícios de que há problemas
O próprio ministro mandou ofício a Paulo Guedes dizendo que não havia orçamento no MEC para fazer a prova. O custo do Enem 2021 foi estimado em R$ 700 milhões. Além disso, um documento interno do Inep afirmava que já havia datas em janeiro para o exame, dias 16 e 23.
Servidores também indicam que se as inscrições não forem abertas até início de junho não haverá tempo para os processos de elaboração, impressão, distribuição e logística da prova. Para serem feitos com segurança, eles precisam durar 170 dias. Como o Estadão também revelou, o Inep ignorou alertas de gestão de risco que mostram índice elevado neste momento para o Enem 2021.
Isenções e edital do Enem 2021
O edital do Enem 2021, necessário para que todos os processo comecem, ainda não foi divulgado. Normalmente, ele sai em março e as inscrições começam em maio. No site do Inep o cronograma da prova, por exemplo, ainda é o de 2020.
Neste momento, o Inep apenas publicou o edital para que os alunos que precisam de isenção da taxa de inscrição e que faltaram ao exame no ano passado façam seus pedidos. Este processo vai até 25 de junho, o que impediria as inscrições de começaram antes disso.
Gomes da Silva, segundo o Diário Oficial, foi exonera “a pedido”. O Inep divulgou nesta quarta-feira que ele será substituído por Anderson Soares Furtado Oliveira interinamente, servidor do Inep desde 2013. /AE