Ciro iniciou destacando que o momento marca uma nova etapa de sua trajetória política, reforçando o compromisso com o diálogo e com a construção de um campo oposicionista mais maduro e coeso.
“Do Ceará para frente é quase tudo afinidade e algumas desavenças que nós vamos amadurecer fraternalmente. Estou falando de ti, André Fernandes, esse jovem talento”, declarou.
O ex-ministro reconheceu que as divergências dentro da oposição são naturais, mas defendeu que o debate deve ser feito com moralidade e transparência.
“Pode trazer as diferenças, vamos ver quem tem moral para encarar essa discussão. Aqui não tem ladrão. E lá, dá para dizer isso?”, provocou, referindo-se a adversários políticos.
Ciro também fez questão de citar o ex-deputado Capitão Wagner, com quem teve embates no passado.
“Alguns embates eu estava errado. O que me custa ter humildade para mostrar isso? E outros eu aprendi pelo amadurecimento. Capitão, você não está só. Está sendo ameaçado porque teve coragem de tocar na ferida das facções”, afirmou, em tom de solidariedade.
O ex-ministro reforçou que a unidade da oposição deve estar acima das vaidades individuais e que é possível reconstruir o Ceará com base em um novo pacto político:
“Nós não devemos ter medo de afirmar, com honestidade e humildade, que temos diferenças. O que importa é trabalhar juntos com espírito público.”
Para exemplificar, Ciro fez um paralelo com alianças históricas no campo governista, como a de Lula e José Alencar (PL), Dilma Rousseff e Michel Temer (MDB) e Lula e Geraldo Alckmin (PSB), questionando por que a oposição não poderia fazer o mesmo. “Quando é o PT, pode. Quando é a oposição, é proibido?”, ironizou.
Encerrando o discurso, Ciro afirmou que chegou a cogitar deixar a vida pública, mas foi convencido por Tasso Jereissati a retornar e ajudar na reconstrução do partido e do debate político no Ceará:
“O meu coração, mais uma vez, venceu o meu juízo”, disse, arrancando aplausos.
Em entrevista após o evento, o ex-governador reforçou a mensagem de diálogo:
“A política é a substituição da violência pelo diálogo. É isso que estou disposto a fazer.”
Com sua volta ao PSDB, Ciro Gomes entra diretamente no cenário político estadual, assumindo o protagonismo na reorganização da oposição e sinalizando que pode disputar novamente o Governo do Ceará em 2026, agora aliado a lideranças que em um passado recente foram ferrenhos adversários..