As declarações foram dadas em uma transmissão ao vivo do blog Terça Livre, de Allan dos Santos, um dos alvos da operação desta quarta-feira (27/05), contra empresários, políticos e apoiadores de Bolsonaro investigados por divulgar notícias falsas e ameaças contra autoridades da República, como ministros do Supremo, e seus familiares.
Além de Santos, a deputada Bia Kicis (PSL-SP), outra investigada pelo inquérito das fakes news, também participou da transmissão, ao lado de Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, e do médico Ítalo Marsili.
“Não tenho nem dúvida que amanhã vai ser na minha casa (que cumprirão mandado de busca), que se nós tivermos uma posição colaborativa (com o Supremo), vão entrar na nossa casa, dando risada. Até entendo quem tem uma postura moderada, vamos dizer, para não tentar chegar a momento de ruptura, a momento de cisão ainda maior, conflito ainda maior. Entendo essa pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso vai ocorrer”, afirmou Eduardo Bolsonaro.
Em outro momento, o parlamentar declarou: “E não se enganem, as pessoas discutem isso. Essas reuniões entre altas autoridades, até a própria reunião de dentro de setores políticos, eu, Bia, etc, a gente discute esse tipo de coisa porque a gente estuda história. A gente sabe que a história vai apenas se repetindo. Não foi de uma hora para outra que começou a ditadura na Venezuela, foi aos poucos.”
Eduardo repetiu o argumento usado por outros bolsonaristas, de que o inquérito das fake news é inconstitucional porque ele teve início por ato de ofício do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e não contou com a participação da PGR.
Especialistas defendem que essa prática não é comum, mas destacam que não é ilegal que um ministro do Supremo dê início à investigação. A prática também já foi defendida por bolsonaristas.