Doria e Huck no cenário eleitoral pós-soltura de Lula

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A nova configuração do cenário eleitoral para o pleito de 2022, pós-soltura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obrigou os dois principais presidenciáveis do chamado centro no momento, o governador João Doria (PSDB-SP) e o apresentador Luciano Huck, a rever seus cálculos para o futuro embate político.

Aliados de Doria acreditam que o combate de baixo impacto entre os protagonistas federais não durará por muito tempo e tende inclusive a criar tensão social.

Assim, eles acham que o governador precisa estabelecer-se como um operador viável de políticas públicas e soluções que possam ser replicadas pelo país.

No discurso, o tucano já vinha operando uma ação para distanciar-se do candidato eleito em segundo turno na esteira do movimento BolsoDoria, que associou ambos os nomes em 2018.

Hoje o grande problema de Doria seria se firmar como a maior liderança do antipetismo no país, o lugar já está ocupado pelo presidente Jair Bolsonaro. Os bolsonaristas ideológicos, ditos radicais, estão, segundo cortes feito pelo Datafolha, na casa dos 10%. Doria vai tentar apelar ao grupo não tão fiel a Bolsonaro nessa faixa, mas precisa de armas diferentes para apresentar.

Já o caso de Huck a pressão é outra: aliados estão ficando impacientes com a relutância do global, que já desistiu de uma candidatura presidencial no ano passado, em se assumir postulante ao cargo presidencial.

O apresentador Luciano Huck em evento em São Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um de seus maiores incentivadores, têm se queixado a aliados de que a intensa movimentação do apresentador só tem mirado um público de convertidos.

Huck vem investindo bastante energia em conversas com um estrato da sociedade civil que já lhe é simpático, em fóruns de endinheirados e investidores ou de classe média-alta.

De acordo com FHC e outros simpatizantes do apresentador global, ele precisa explicar ao grande público ao qual tem acesso como artista popular o que seria possível fazer para melhorar as condições de vida no país.

Doria e Huck ainda enfrentam outros atores no campo de centro, a exemplo do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes que também está caminhando por essa linha de combate a polarização, entre Lula e Bolsonaro.

(Com informações/FolhaSP)

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