Documentos comprovam a existência de contas de Eduardo Cunha na Suíça

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Uma reportagem divulgada no início da tarde desta sexta-feira (16) pela TV Globo aponta que cópias do passaporte, da assinatura e de dados pessoais do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) confirmam a existência de contas bancárias do deputado, da esposa e da filha deles na Suíça. Os documentos foram enviados pelas autoridades da Suíça à Procuradoria Geral da República (PGR).

De acordo com a publicação, a TV Globo teve acesso com exclusividade à documentação encaminhada pelo Ministério Público suíço ao Brasil. O dossiê com 35 arquivos contêm as cópias do passaporte e do visto norte-americano de Cunha, onde aparecem nome completo, data de nascimento e endereço dele em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A reportagem do G1 tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da presidência da Câmara, que informou que somente o advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza, poderia falar sobre o assunto. No entanto, a defesa não foi localizada até a publicação das informações.

A apuração indica que os documentos enviados pelo Ministério Público suíço mostram o caminho do dinheiro repassado a contas bancárias atribuídas ao presidente da Câmara dos Deputados e familiares.

Os valores depositados nas contas de Cunha na Suíça, nos últimos anos, são de US$ 4.831.711,44 e 1.311.700 francos suíços, equivalentes a cerca de R$ 23,8 milhões, informam as investigações.

Ainda de acordo com a reportagem, os investigadores da PGR dizem que os documentos pessoais de Eduardo Cunha enviados pelo procuradores suíços (cópias de passaporte, comprovantes de endereço no Rio de Janeiro e assinaturas) comprovam que ele era o beneficiário dessas contas.

As investigações apontam que em uma das contas atribuídas ao presidente da Câmara na Suíça, em nome da offshore Triumph SP – constituída em Edimburgo, na Escócia –, há uma cópia do passaporte de Cunha. A Triumph, ressalta o Ministério Público, é uma empresa de trust utilizada para fazer a custódia e a administração dos bens, interesses e dinheiro do presidente da Câmara.

Outra prova seria de que em um dos documentos, que autoriza investimentos vinculados à conta bancária, aparece uma assinatura semelhante à registrada no passaporte do peemedebista.

O G1 refere que, segundo os documentos, o presidente da Câmara solicitou ao banco suíço Merrill Lynch que as correspondências relacionadas as suas contas não fossem enviadas ao Brasil, e sim aos Estados Unidos, em um endereço de Nova York. Ele justificou o pedido alegando que “mora em um país onde os serviços postais não são seguros”.

A reportagem destaca também que no formulário chamado de Know your Customer (Conheça seu Cliente), o funcionário do banco que preencheu o documento esclareceu que o beneficiário efetivo – a pessoa responsável pelo controle da conta – era Eduardo Cunha.

A Procuradoria Geral da República informou nesta sexta-feira (16) haver “indícios suficientes” de que as contas do presidente da Câmara no exterior são “produto de crime” e pediu o bloqueio e o sequestro do dinheiro depositado. A PGR informou que, entre 2002 e 2014, a evolução patrimonial de Cunha foi de 214%.

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