A dor de cabeça provocada pela pífia atuação contra o Paraguai e a eliminação na Copa América, nos pênaltis, não será curada com um simples analgésico. O remédio para pôr fim ao mal que tomou conta do Brasil após a overdose de fracassos iniciada nos 7 a 1 para a Alemanha, no Mundial, exigirá tratamento de choque — dentro e fora de campo. Não se sabe, porém, se Dunga será o especialista encarregado de ressuscitar a tradição da Amarelinha já nas Eliminatórias para a Copa de 2018.
A cúpula da CBF vai se reunir na segunda-feira para decidir o futuro do treinador. Embora o secretário-geral da entidade, Walter Feldman, garanta que ele está seguro, não se descarta uma mudança no comando da equipe — a decisão final está nas mãos do presidente Marco Polo del Nero.
“Planejamos um período da Seleção para a retomada de suas características. Não tem isso de perder vai cair. O Dunga está seguro, prestigiado”, disse Feldman, acrescentando que o planejamento da CBF para a Seleção é a longo prazo.
Fato é que o comandante terá de ser cirúrgico para encontrar a receita ideal e livrar a Seleção do vírus da ‘Neymardependência’, da falta de craques, de garra e de ousadia. Com o futebol pentacampeão mundial no CTI, é preciso se chegar a um diagnóstico.
O dado por Dunga — dores nas costas, ânsia de vômito e o mal-estar no corpo de vários jogadores antes do jogo com os paraguaios — não altera o (febril) quadro vigente. Como de médico e louco, diz o provérbio, todos temos um pouco, o treinador, tal qual um doutor, garante ter a cura.
“Tirei muitas lições na Copa América. Agora é hora de arregaçar as mangas”, disse ontem no desembarque em São Paulo, onde ouviu gritos de “Fora, Dunga!” — Firmino foi chamado de mercenário.