O relator Renan Calheiros (MDB-AL) falou sobre o assunto da mudança da bula da cloroquina e, segundo a testemunha, o episódio ocorreu numa reunião no quarto andar do Palácio do Planalto, que contou com a participação do então chefe da Casa Civil, general Braga Netto.
A ideia partiu da médica Nise Yamaguchi, o que provocou “uma reação pouco elegante”, disse o presidente da agência. O especialista explicou que a alteração seria impossível, pois só quem pode modificar uma bula de um medicamento registrado é a agência reguladora do país de origem, desde que solicitado pelo detentor do registro.
Barra Torres destacou ainda, que não sabe quem é o autor da proposta, quem foi que criou, quem teve a ideia. A doutora, de fato, perguntou sobre essa possibilidade e pareceu estar, digamos, mobilizada com essa possibilidade, esclareceu o diretor-presidente da Anvisa.
Indagado sobre o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19, Barra Torres informou que existe no Brasil estudo em aberto sobre uso da substância, com previsão de término, apenas, em 31 de dezembro.
“Até o presente momento, no mundo todo, os estudos apontam a não eficácia comprovada em estudos ortodoxamente regulados, ou seja, placebos controlados, duplo-cego e randomizados. Então, até o momento, as informações vão contra a possibilidade do uso na covid-19,” destacou Barra Torres, que garantiu não ter sofrido interferência do presidente Jair Bolsonaro em relação ao assunto.
(Fonte: Agência Senado)