Desfiles problemáticos de 2017 devem tornar apuração dramática

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Os acidentes e erros das escolas de samba nos desfiles de 2017 tornaram a apuração do Grupo Especial do Carnaval do Rio, nesta quarta-feira, uma grande incógnita. A promessa é de muita emoção, mas também de muita reclamação das notas, que serão lidas a partir das 15h.

Primeiro, será a chance de medir a temperatura de um boato que correu a Marquês de Sapucaí na segunda-feira, de que não deveria haver rebaixamento este ano, por causa dos problemas em série. Um dos que defendem a ideia é o presidente da Paraíso do Tuiuti, Renato Thor.

Um dos acidentes do Carnaval aconteceu com um carro da escola, que atropelou várias pessoas na armação da Sapucaí, deixando 20 feridos. A agremiação de São Cristóvão é considerada uma das candidatas ao rebaixamento.

No mesmo barco está a Unidos da Tijuca. O desmoronamento de um dos carros comprometeu o desfile, e a escola aparece entre as candidatas a cair. Logo ela, apontada como uma das mais profissionais no trato com o Carnaval.

Nos dois casos, são certas as perdas de pontos em evolução e harmonia.

Oficialmente, a Liesa ainda não se posicionou sobre a queda. Mas, a princípio, o regulamento deve ser mantido, com a última colocada sendo rebaixada. Depois da apuração, porém, há quem não aposte que é certo que a decisão seja mantida.

A última vez que não houve descenso foi em 2011. Na ocasião, um incêndio atingiu barracões de três escolas: Grande Rio, União da Ilha e Portela. Com isso, o Grupo Especial desfilou com 13 escolas no ano seguinte.

Portela “certinha”

Na briga pelo título, não é exagero colocar cinco escolas: Portela, Mangueira, Salgueiro, Mocidade e até a Grande Rio – este, um dos desfiles que mais dividiram opiniões em 2017.

A Portela fez, de longe, o desfile mais correto dos últimos anos, e pode ser apontada como a principal candidatas ao campeonato. A escola não vence um campeonato sem dividir com outras desde 1970. A apresentação foi aparentemente sem falhas, mas nunca se sabe o que jurado vê.

A Mocidade foi a grande surpresa. Fez um desfile tranquilo, ainda que menos inspirado plasticamente. A comissão de frente causou frisson no público, um dos momentos mais surpreendentes de 2017. Se ganhar, quebra a banca, como a Mangueira fez em 2016, e encerra o jejum de pouco mais de 20 anos sem títulos.

Entre as candidatas, a Grande Rio pode, enfim, faturar seu título. O desfile dividiu opiniões na crítica especializada, e poucos a colocam como favorita. Mas está na briga com Ivete.

Mas há a Mangueira, que mesmo cometendo um grave erro de evolução em frente à cabine dupla, onde se formou um enorme buraco, está forte no páreo. A plástica do carnavalesco Leandro Vieira pode fazer a diferença, com boas notas que as demais talvez não tenham. A falha no módulo duplo, porém, pode ter tirado o bi.

Incógnitas

A União da Ilha teve um carro quebrado e problemas, e deve perder pontos em evolução no primeiro módulo. Se os jurados não pesarem, tem chances de voltar no Sábado. São Clemente, sem falhas, também mira o G6.

A grande incógnita é a Beija-Flor. Se os jurados acharem que a “revolução indígena” proposta pela turma de Laíla não convenceu, a escola pode perder muitos pontos em evolução, fantasia e enredo. Se acontecer, é grande chance de que a escola nem volte no Sábado. caso contrário, briga pelo título.

(UOL)

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