O resultado renova a mínima da série histórica iniciada em 2012. Até então, a menor taxa havia sido de 5,4% no trimestre até outubro deste ano. O IBGE, contudo, evita a comparação direta entre intervalos com meses repetidos, como é o caso dos finalizados em outubro e novembro.
A marca de 5,2% veio abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 5,4%, conforme a agência Bloomberg.
Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que investiga tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal.
No trimestre encerrado em novembro, o IBGE encontrou 5,6 milhões de pessoas em busca de trabalho, o menor número de desempregados já registrado na série.
Ao longo da Pnad, o maior contingente de desocupados ocorreu no trimestre encerrado em março de 2021, na pandemia de Covid-19. À época, esse indicador chegou a quase 15 milhões de pessoas.
A menor desocupação da série histórica foi acompanhada por um novo recorde no número de pessoas ocupadas com algum tipo de trabalho no país: 103,2 milhões.
Com isso, o nível de ocupação, isto é, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando, renovou o maior percentual da série: 59%.
Em nota, Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, disse que “a manutenção do contingente de trabalhadores em elevado patamar ao longo de 2025 tem assegurado a redução da pressão por busca de trabalho, reduzindo consideravelmente a taxa de desocupação”.
Os indicadores de emprego e renda vêm em uma trajetória de recuperação no país. Segundo analistas, o movimento refletiu uma combinação de fatores.
O desempenho aquecido da economia em meio a medidas de estímulo do governo federal, as mudanças demográficas e os impactos da tecnologia na geração de vagas são questões apontadas para explicar o desemprego baixo.
A retomada do mercado de trabalho, porém, não eliminou questões como a informalidade considerada elevada no país. Economistas destacam que ainda há um contingente grande de empregos vistos como mais precarizados.
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE DESEMPREGO
O que é desemprego?
Segundo o IBGE, o desemprego se refere às pessoas de 14 anos ou mais que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho.
Para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. É preciso que essa pessoa também procure oportunidades.
Como funciona a Pnad Contínua?
É o principal instrumento para monitorar a força de trabalho do país. Conforme o IBGE, sua amostra corresponde a 211 mil domicílios, em todos os estados e no DF, que são visitados a cada trimestre. Cerca de 2.000 entrevistadores trabalham na coleta da pesquisa.
Como é medida a taxa de desemprego?
É a porcentagem da força de trabalho formada pelas pessoas que estão desempregadas. A força de trabalho é composta pelos desempregados e pelos ocupados. Os ocupados, por sua vez, são aqueles que estão trabalhando de modo formal ou informal —ou seja, com ou sem carteira assinada ou CNPJ.
O que explica o desemprego baixo?
Ele se explica principalmente por um mercado de trabalho aquecido, reflexo da atividade econômica no país. Mudanças demográficas e tecnológicas também contribuem para uma taxa baixa, segundo analistas.
Isso é uma boa notícia?
Desemprego baixo indica um cenário positivo para os trabalhadores.
Que efeito o desemprego baixo pode ter na economia?
Com mais pessoas trabalhando, o consumo tende a crescer, já que a população tem mais renda disponível. Por outro lado, isso pode pressionar a inflação, já que eleva a demanda por bens e serviços.
O BC (Banco Central) levou a taxa básica de juros para 15% ao ano. A medida busca esfriar o consumo para conter o aumento dos preços./Folha SP
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