O escândalo da Fifa sobrou para Lionel Messi. No interrogatório desta quinta-feira, no Tribunal Federal de Brooklyn, em Nova York, o delator Alejandro Burzaco disse que o craque argentino recebeu US$ 200 mil para jogar amistoso pela seleção de seu país.
John Pappalardo, advogado do reú Juan Angel Napout, primeiro perguntou se Napout tinha pagado propina à então presidente da Argentina Cristina Kirchner. Diante da resposta negativa, ele fez outra pergunta: “Quem é o presidente da Argentina?”
Burzaco respondeu “Mauricio Macri”. Depois disso, Pappalardo emendou com “E quem é Lio Messi?”. Burzaco riu e disse “É o melhor do mundo”.
O advogado então questionou se ele ou sua empresa, a Torneos y Competencias, já havia pagado algo ao craque. A resposta foi positiva.
– Sim. A ele e a outros jogadores da seleção Argentina. O pagamento era 200 mil dólares para assegurar que eles realmente jogariam.
Não houve mais explicações, mas, normalmente, os jogadores não recebem para atuar por suas respectivas seleções nacionais. Em nenhum momento a palavra propina foi usada, apenas foi relatado que Messi e outros jogadores não identificados receberam tal quantia para jogar pela Argentina.
Burzaco diz que Nicolas Leoz ficou com 5 milhões que Fifa usou para pagar Conmebol
Em outro trecho do julgamento, Burzaco disse também que o paraguaio Nicolas Leoz ficou com a quantia de US$ 5 milhões que a Fifa usou para pagar a Conmebol quando houve o fim do Mundial Interclubes e a própria Fifa passou a organizar o seu Mundial de Clubes. Segundo o argentino, Leoz era presidente da confederação sul-americana e não fazia muita distinção do que era sua conta pessoal e a conta da entidade.
– O que eu sei é que Leoz depositou esse dinheiro na conta pessoal dele. Ele deu instruções à FIFA para que o depósito fosse na conta pessoal dele e não da Conmebol. O reinado de Leoz era basicamente não haver diferença entre sua conta e a da Conmebol.
Neste quarto dia de julgamento, a defesa do paraguaio Juan Angel Napout foi quem conduziu o interrogatório ao delator Alejandro Burzaco. Além de Napout, são réus o brasileiro José Maria Marin e o peruano Manuel Burga.
Marin, Napout e Burga são acusados pelos crimes fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Presos desde 2015, os três alegam inocência e foram os únicos dos 42 réus do Caso Fifa que não aceitaram fazer acordo.
( GloboEsporte)