Ao afirmar que passaria a noite na Câmara, Silveira disse querer “ver até onde vai a petulância” do ministro. “Quero ver até onde vai a petulância de alguém para de fato romper com os outros dois Poderes, porque aqui o plenário é inviolável. Um deputado é soberano no plenário”, afirmou Silveira a jornalistas. “Eu quero ver até onde vai, se ele quer dobrar essa aposta, se ele quer, de fato, mostrar que ele manda nos outros Poderes.”
Imagens divulgadas pela GloboNews mostram o deputado chegando ao gabinete com um travesseiro nas mãos. Em seguida, um colchão é levado até o local. Nesta quarta, o deputado Filipe Barros (União-PR) levou o café da manhã para o colega.
Silveira defende que a Câmara precisa votar em plenário a medida determinada pelo ministro do STF, mas disse, na noite de ontem, ainda não ter feito contato com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Ele evitou responder se recebeu alguma mensagem de apoio do presidente Jair Bolsonaro.
“No dia 25, na calada da noite, mais uma vez o ministro Alexandre de Moraes, sujeito medíocre que desonra o STF, adotou medidas protetivas contra este parlamentar”, disse Silveira na terça-feira, na tribuna da Câmara. “Eu quero notificar a Casa que a sessão plenária para mim é permanente. Eu só vou sair do Congresso Nacional quando for pautada a sustação da ação penal.”
O deputado também defendeu o impeachment do ministro. “Ele afronta o Poder Legislativo. Não respeita a Constituição. Por que o Alexandre de Moraes acha que tem esse poder sobre o Legislativo?”
Silveira foi preso em fevereiro do ano passado após divulgar um vídeo com ameaças a integrantes do STF. Ele foi solto definitivamente em novembro, mas ficou submetido a uma série de medidas cautelares, incluindo a proibição de acesso a redes sociais e de contato com outros investigados nos inquéritos das fake news e das milícias digitais. Na semana passada, porém, ele voltou a atacar o Supremo./ AE
Foto: Gabriela Biló/Estadão